O ex-Presidente brasileiro José Sarney afirmou hoje que está “revoltado e perplexo” com a divulgação da informação de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria pedido a prisão dele ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Dediquei sessenta anos da minha vida pública ao país e à defesa do Estado de Direito. Julguei que tivesse o respeito de autoridades do porte do Procurador-Geral da República. Jamais agi para obstruir a justiça. Sempre a prestigiei e a fortaleci”, disse Sarney, em resposta à notícia do jornal O Globo que o envolve num grupo de políticos suspeitos de interferirem no processo Lava Jato.
O procurador-geral da República brasileiro, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a sua prisão e de outros membros da direção do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Janot não confirmou publicamente as informações, mas a imprensa brasileira avança que a prisão de Sarney foi solicitada como base em áudios secretos gravados pelo ex-presidente da Transpetro (subsidiária da Petrobras), Sérgio Machado, que sugerem uma tentativa dele e de outros políticos de atrapalharem as investigações da Operação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção no país, envolvendo dezenas de políticos e várias empresas, entre as quais a Petrobras.
No caso do ex-Presidente Sarney, é pedida prisão domiciliária com o uso de pulseira eletrónica, devido à sua idade, 86 anos.
Além dele, também teriam sido alvo de pedidos de prisão o presidente do Senado (câmara altar parlamentar) Renan Calheiros, o presidente afastado da Câmara dos Deputados (câmara baixa) Eduardo Cunha e o senador Romero Jucá.