A presidente do Instituto da Administração da Saúde e Assuntos Sociais da Madeira (IASAÚDE), Ana Nunes, disse esta quarta-feira, no Funchal, que não há registo de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegyti na região autónoma desde 2013.

“Desde fevereiro de 2013 que a região não tem nenhum caso autóctone de nenhuma arbovirose (doença transmitida por insetos), nomeadamente dengue, chikungunya, zika e febre-amarela”, afirmou a responsável, na sequência de uma reunião com as autarquias, âmbito do plano integrado de prevenção e controlo do mosquito Aedes Aegypti.

Ana Nunes sublinhou que, neste momento, a Madeira regista uma “baixa atividade vetorial”, ou seja, uma baixa ação daquele mosquito, responsável pela transmissão de dengue, chikungunya, febre-amarela e zika. Os dois casos desta doença registados recentemente na região foram importados.

A presidente do IASAÚDE vincou, no entanto, a necessidade de “otimizar recursos” e “trabalhar de forma sinérgica”, sobretudo a partir desta época do ano, quando a população de mosquitos tende a crescer.

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“Consideramos esta reunião a mais importante, dado que as autarquias são as instituições que estão em maior proximidade com a comunidade e são aquelas que, pela essência da política de sanidade e saneamento básico, estão em contacto direto com possíveis fontes criadoras de mosquitos e mais facilmente podem atuar para reduzir a atividade”, explicou.

Ana Nunes disse ainda que as autarquias são as entidades que melhor podem trabalhar com os líderes comunitários, como juntas de freguesia, igrejas, lares, casas do povo e outras instituições, no sentido da sensibilização e da promoção de ações concretas.

“Aquilo que temos que fazer para que a atividade vetorial não cresça é anular as potenciais fontes criadoras de mosquitos”, vincou.

Os principais focos da epidemia do Zika estão na América do Sul, onde, segundo a Organização Mundial de Saúde, a epidemia atualmente registada é resultado do abandono das políticas anti-mosquito nos anos 1970.

O vírus pode causar microcefalia (malformação do crânio e desenvolvimento incompleto do cérebro) e doenças neurológicas em adultos, incluindo a síndroma de Guillain-Barré.

Apesar do conhecimento da presença do mosquito Aedes aegytpi na Madeira desde 2005, os primeiros casos de febre da dengue foram registados laboratorialmente a 03 de outubro de 2012, quando foram diagnosticadas duas pessoas infetadas.

Na região foram notificados mais de 2.000 casos desde o início do surto, mas não aconteceu qualquer óbito devido a este problema.

Segundo dados da Secretaria da Saúde da Madeira, depois do surto registado em 2012, “desde fevereiro de 2014 que não há casos importados de dengue na região e, desde fevereiro de 2013, que não há casos de dengue com origem na região autónoma”.