As Entidades Gestoras de Equipas de Sapadores Florestais reúnem-se na quinta-feira, no Luso, Mealhada, para tomarem uma posição conjunta em relação ao que consideram ser a progressiva diminuição dos apoios do Estado à sua atividade.

“O objetivo do encontro será a tomada de uma posição única e abrangente para remeter à tutela e, se necessário, desencadear formas de protesto, defesa e afirmação dos Sapadores Florestais que, de ano para ano, têm visto diminuir o apoio por parte do Estado, comprometendo a situação de muitas das suas entidades gestoras”, disse à Lusa Lara Luzindre, membro da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), entidade que organiza a reunião, em que deverão participar cerca de cem pessoas.

O encontro realiza-se numa altura em que está a ser discutida uma nova alteração do regime jurídico aplicável aos Sapadores Florestais, trabalhadores especializados que desenvolvem, com caráter permanente e de forma sistemática, ações de silvicultura preventiva e ações de vigilância e de apoio ao combate de incêndios florestais.

As Entidades Gestoras de Equipas de Sapadores Florestais, que incluem, entre outros, cooperativas de agricultores, produtores florestais e entidades gestoras de baldios, queixam-se das progressivas restrições financeiras impostas pelo Instituto da Natureza e das Florestas (ICNF), cuja ação é preponderante no Programa de Sapadores Florestais.

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No entender da FNAPF, “o ICNF não tem realizado os ajustamentos necessários para que as Equipas de Sapadores Florestais (ESF) sejam autossuficientes, não procedendo, nomeadamente, à atualização do valor do apoio ao funcionamento a atribuir anualmente às entidades gestoras das ESF no âmbito do serviço público, que, atualmente, é um garrote que asfixia as ESF”.

Numa nota divulgada hoje, a FNAPF entende ainda que, ao longo dos últimos anos, não tem havido sensibilidade para alguns aspetos preponderantes como o respeito pelas condições e prazos de pagamento do apoio ao funcionamento das ESF, bem como a definição da obrigação e da tipologia do apoio do Estado à reparação/substituição do equipamento coletivo de trabalho, nomeadamente da viatura”.

Verifica-se assim, garante a FNAPF, “um aumento de todos os custos diretos (mão-de-obra, combustíveis, equipamento de proteção pessoal, máquinas, correntes, lâminas, pneus, óleos, etc), de todos os custos indiretos (seguros, reparação de equipamentos e viaturas, apoio técnico, etc.) e uma regressão no apoio ao funcionamento das ESF”.