O Governo está a negociar um empréstimo de 213 milhões de euros para financiar novos regadios no Alqueva, no âmbito do Plano Juncker, prevendo que a amortização se possa estender até 2042, segundo o ministro da Agricultura.
Capoulas Santos disse esta quinta-feira, após uma visita à Feira Nacional de Agricultura, em Santarém, que “há condições para pôr em execução um plano nacional de regadio”, mas para que este seja executado é necessário criar mais 45 a 47 mil novos hectares de regadio no Alqueva, num valor estimado de 213 milhões de euros.
“O problema é que o Governo anterior não tratou de garantir esse financiamento, nem para obras que estão em curso (…) e, nesse sentido, o Governo decidiu candidatar este financiamento ao Plano Juncker”, declarou o ministro.
Trata-se de um empréstimo que Capoulas Santos “espera que tenha um longo período de carência” e que a amortização se possa estender até 2042, “para não sobrecarregar o Orçamento do Estado”.
A candidatura está a ser negociada e Capoulas assume que a visita do comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan, esta quinta-feira, ao Alqueva pode contribuir para apoiar as pretensões do Governo.
“Pretendi, com esta visita do comissário europeu, sensibilizá-lo para a importância deste projeto, contar com os seus bons ofícios junto do BEI (Banco Europeu de Investimento) para que essa candidatura possa ser tão breve quanto possível aprovada”, justificou o titular da pasta da Agricultura, adiantando que o objetivo é ver a candidatura aprovada antes do final do ano.
A outra componente do plano de regadio, que prevê cerca de 100 mil novos hectares até 2020, e que contempla mais 350 milhões de euros será financiada pelo Programa de Desenvolvimento Rural, já aprovado pela Comissão Europeia, adiantou o ministro.
“Temos no regadio uma grande aposta. Sem água e sem regadio uma grande parte da nossa agricultura não é competitiva”, destacou Capoulas Santos.