Um dia depois da goleada à Estónia (7-0) e na véspera de começar o Campeonato da Europa, em França, a UEFA publicou uma entrevista a Cristiano Ronaldo, na qual o português fala na infância, nos heróis, nas estreias e no exemplo que tem de ser para os miúdos.

“Quando via jogos de futebol, em criança, sabia sempre que um dia iria ser eu a estar ali. É difícil de explicar, mas isso motivava-me”, conta à UEFA. “Motivava-me a ir depois jogar futebol para a rua e dizer ‘Um dia vou ser um jogador a sério. Vou ser um futebolista a 100 por cento.”

Os heróis do pequeno Cristiano eram três. E os três deixaram a sua marca no Euro-96, quando ele tinha apenas 11 anos, altura em que se mudou do Funchal para Lisboa — a seleção caiu nos “quartos” com aquela chapelada de Poborsky. Falamos de Rui Costa, Fernando Couto e Luís Figo — “eram os heróis quando eu estava a crescer; eu estava focado neles” –, com quem fez dupla nas alas oito anos depois, no Europeu disputado em Portugal. “Um dia vou jogar ao lado deles”, chegou a dizer. E jogou. Muitas vezes.

O capitão da seleção portuguesa recordou ainda uma semana especial, em que se estreou pelo Manchester United (vs. Bolton) e por Portugal (vs. Cazaquistão). Foi na terceira semana de agosto de 2003. “Uma vez mais tudo aconteceu depressa. Foi um momento muito especial da minha vida, ter a minha primeira internacionalização por Portugal.”

A UEFA questionou ainda Ronaldo sobre a derrota na final de 2004, contra a Grécia de Angelos Charisteas. “Foi um momento difícil”, começou por dizer. “Sabíamos que tínhamos uma oportunidade única de nos sagrarmos campeões europeus. Mas isso faz parte do futebol. O futebol ensinou-me muitas coisas: nada é garantido. O que é verdade hoje pode ser mentira amanhã; uma equipa pode ser muito boa num dia e terrível no outro. Faz tudo parte.”

O número 7 do Real Madrid e de Portugal expressou ainda muito orgulho em representar a equipa principal do seu país desde os 18 anos. Tornou-se um exemplo nacional e internacional, diz. “A minha prioridade é sempre jogar o meu futebol, porque isso é o que sei fazer melhor. Naturalmente, fora do campo, a minha prioridade é sempre passar uma boa imagem, em especial para as crianças, porque nós somos os modelos delas e elas seguem muito dos nossos exemplos.”

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