A 11.ª edição do Prémio Europeu do Inventor 2016, promovida pelo Instituto Europeu de Patentes tratou de dar o merecido reconhecimento ao homem que criou uma das maiores invenções de sempre no domínio da segurança activa dos automóveis: o controlo electrónico de estabilidade (ESP). A solução, que apenas é superada pelo cinto de segurança em termos de importância na segurança rodoviária, valeu ao seu criador, Anton van Zanten, o prémio de Consagração de Carreira, entregue em Lisboa numa cerimónia onde foram atribuídos outros cinco galardões.

Ao antigo colaborador da Bosch foi reconhecido o mérito de uma carreira de mais de 25 anos, que não se destaca apenas pela paternidade do ESP. Do currículo do engenheiro holandês, radicado na Alemanha, fazem ainda parte 180 famílias de patentes, incluindo-se entre os seus maiores êxitos profissionais a mitigação do refinamento electrónico e a moderação da oscilação do reboque. Na reforma desde 2003, van Zanten continua a dar aulas sobre sistemas automóveis em diversas universidades, sendo ainda consultor de várias marcas de automóveis.

Foi ao serviço da Bosch que van Zanten concebeu o controlo electrónico de estabilidade

O ESP não só estabeleceu as bases para uma maior segurança rodoviária, como foi (e ainda é) a essência de uma série de outros sistemas de auxílio à condução, bem como de condução autónoma. Apresentado em 1995 como equipamento de série do Mercedes S600, calcula-se que tenha, só na Europa, segundo dados fornecidos pela Bosch, evitado mais de 250 mil acidentes e salvado mais de 8500 vidas – registo que, entre os dispositivos de segurança activa e passiva, não tem paralelo nem nos airbags, sendo batido apenas pelo cinto de segurança.

Hoje, o ESP é obrigatório em todos os automóveis novos vendidos na União Europeia (desde 1 de Novembro de 2014), nos EUA, no Japão, na Coreia do Sul, na Austrália, na Nova Zelândia, na Rússia, em Israel e no Canadá. Calcula-se que 64% dos automóveis novos vendidos em todo o mundo disponham já deste sistema, de que a Bosch produziu, até hoje, mais de 150 milhões de unidades.

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