O primeiro-ministro português, António Costa, disse neste sábado em La Couture, no norte de França, que “Portugal não chegou à Europa há 30 anos, Portugal está na Europa desde a sua fundação”. António Costa discursou antes do presidente da República junto ao monumento de homenagem aos soldados portugueses que participaram na Primeira Guerra Mundial, em La Couture, cerca de 230 quilómetros a norte de Paris.

“Portugal não chegou à Europa há 30 anos, Portugal está na europa desde a sua fundação. E pagámos um preço muito grande pela nossa participação na guerra, pela pobreza que atingiu o nosso país nos anos a seguir à guerra e pagámos o preço por durante 48 anos termos vivido de costas voltadas para a Europa”, declarou perante uma centena de pessoas, entre civis e antigos combatentes franceses e portugueses.

O chefe de Governo lembrou que “mais de cem mil homens se bateram na Europa mas também em África, dos quais tombaram em combate 8000” e sublinhou que as Forças Armadas “descendem deste Corpo Expedicionário”.

António Costa sublinhou que as Forças Armadas asseguram “essa continuidade do Estado” e a sua soberania, “seja na defesa do território pátrio, seja além-fronteiras no exercício das missões que a Pátria lhes confia”.

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Em francês, o primeiro-ministro falou dos “sacrifícios feitos juntos por uma ideia de uma Europa” e agradeceu às autoridades francesas por homenagearem os soldados portugueses “e todos os que se bateram e ainda batem por uma Europa unida e por um futuro de prosperidade para todos os povos da Europa”.

“Hoje estamos juntos na mesma Europa, com o mesmo sonho de ter uma terra de liberdade, fraternidade e igualdade, a grande mensagem que a Revolução Francesa deu à Europa e que está na base dos valores europeus”, destacou, em francês. António Costa discursou diante da escultura de pedra e de bronze de António Teixeira Lopes, inaugurada em 1928 e intitulada “O Cristo das Trincheiras”.

Como salientou o autarca local, a obra monumental é composta por uma fachada de uma igreja gótica destruída pela guerra, e figuras alegóricas: a primeira empunha a espada de Nuno Álvares Pereira – cuja vitória sobre os espanhóis na batalha de Aljubarrota, em 1385, permitiu a Portugal conservar a sua independência – e a segunda, um soldado português tenta combater a personificação da Morte.

Depois dos discursos, seguiu-se um minuto de silêncio, os hinos português e francês e a comitiva dirigiu-se para o cemitério, a três quilómetros de La Couture.