As vendas de armamento registaram em 2015, a nível global, um aumento de 10% em 2015 e esta taxa de crescimento ficou a dever-se, essencialmente, ao contributo da Arábia Saudita, de acordo com o relatório sobre o comércio global de Defesa elaborado pela consultora IHS. As compras de armas pelo reino subiram 50%, para um total de 9,3 mil milhões de dólares [8,3 mil milhões de euros], variação que é explicada pelo envolvimento da Arábia Saudita como líder da coligação que está a combater no Iémen.
Os países do Médio Oriente e do Sudeste da Ásia são os principais responsáveis por um aumento da venda global de armamento que foi o mais elevado na corrente década. Em termos globais, o mercado atingiu o valor de 65 mil milhões de dólares [57,8 mil milhões de euros], ao registar um acréscimo de 6,6 mil milhões em comparação com 2014.
O reforço de armamento concretizado pela Arábia Saudita também é justificado com as tensões em relação ao Irão. No início de 2016, o reino cortou relações diplomáticas com Teerão, depois de manifestantes terem assaltado a embaixada da Arábia Saudita na capital do Irão. O evento culminou os protestos verificados em território iraniano pela execução do clérigo xiita Nimr Baqr al-Nimr, a 2 de janeiro. Al-Nimr era uma das vozes mais respeitadas entre a minoria xiita que vive na Arábia Saudita e foi um crítico agressivo da família real.
Os Estados Unidos mantiveram a posição como maior exportador mundial de armamento, ao fornecerem 23 mil milhões de dólares em equipamento, dos quais 8,8 mil milhões de dólares ficaram a dever-se a aquisições efetuadas por países do Médio Oriente. A Rússia é o segundo maior vendedor e deverá beneficiar do aumento de encomendas por parte do Irão. Só a França poderá ameaçar Moscovo no ranking, já que a indústria de defesa gaulesa recebeu uma encomenda de submarinos da Austrália, que está avaliada em 39 mil milhões de euros.
O relatório, publicado neste domingo, analisou o comportamento do mercado de armamento em 65 países e adianta que a expansão registada também fica a dever-se ao facto de o aumento do produto interno bruto de países de rendimentos médios fornecer maior margem para realizar gastos em Defesa.