As prisões por corrupção passiva no Brasil aumentaram 438% em quatro anos, enquanto as detenções por corrupção ativa subiram 63,8% no mesmo período, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (DPN).

Os últimos números disponibilizados por aquela entidade, contados em dezembro de 2014 e divulgados recentemente, dão conta de 501 detenções por corrupção passiva (quando um agente público pede algo em troca para fazer ou deixar de fazer alguma coisa), envolvendo 498 homens e três mulheres.

Quanto à corrupção ativa (quando alguém oferece alguma coisa a um agente público em troca de algo), havia 942 detenções, envolvendo 910 homens e 32 mulheres, em dezembro de 2014, de acordo com os dados publicados pela DPN. Dados de dezembro de 2010 indicavam 93 delitos por corrupção passiva e 575 por corrupção ativa.

Os números referem-se a detenções e não a detidos, dado que uma pessoa pode estar detida por mais do que um crime, e incluem quem já foi condenado e também quem aguarda julgamento na prisão.

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O Brasil enfrenta o maior caso de corrupção da sua história, a Operação Lava Jato, que inclui dezenas de políticos e várias empresas, entre as quais a gigante petrolífera estatal Petrobras. Apesar do aumento, os dois crimes correspondem a apenas 0,27% do total contabilizado nas cadeias brasileiras.

Ainda no âmbito de crimes contra a administração pública, as prisões por crime de peculato (desvio de dinheiro público por funcionário público) diminuíram de 434 para 285 em quatro anos.

Segundo o “Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias INFOPEN – dezembro 2014”, entre os tipos criminais na população detida “destacam-se os crimes contra o património, crimes contra a pessoa e crimes relacionados com drogas”.