O atirador que realizou o ataque ao bar Pulse, em Orlando, Florida, comprou armas apenas uma semana antes de concretizar o atentado. De acordo com alguns pormenores da investigação que está a ser conduzida pelo FBI, Omar Mateen adquiriu, a 4 de junho, uma espingarda AR-15 e uma Sig Sauer RMCX, a juntar ao equipamento que já possuía e que tinha já sido identificado pelas autoridades: uma Glock 17 com nove milímetros de calibre e um revolver Smith and Wesson de calibre .38.

Este não foi o único equipamento que suscitou o interesse de Mateen. O atirador também tentou adquirir, nas semanas mais recentes, um colete à prova de bala idêntico àqueles que são utilizados pelos elementos do exército norte-americano, segundo revelou uma fonte policial não identificada. Desta vez, a transação falhou porque os funcionários da loja de armamento se recusaram a vender o material, de grau III, capaz de absorver o impacto de uma munição a uma velocidade de 838 metros por segundo.

As autoridades policiais estão, também, a investigar as possíveis ligações de Omar a um imã que reside no estado da Florida, de acordo com a Fox News. O clérigo, Marcus Dwayne Robertson, também conhecido como Abu Taubah, prega de forma “aberta” contra os homossexuais e foi libertado recentemente da prisão, após o cumprimento de quatro anos de pena por posse ilegal de armas e por fraude fiscal.

Robertson prestou serviço nas forças armadas norte-americanas, mas ficou “desiludido”. Acabou por se desalistar e tornou-se um objetor de consciência. Após esta experiência, instalou-se em Nova Iorque onde liderou um gangue, denominado Ali Baba e os 40 Ladrões, que se dedicou a realizar assaltos à mão armada a dependências bancárias, residências e postos de correio, além de protagonizar tiroteios com agentes policiais.

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Os membros do gangue acabaram por ser encarcerados em 1991, mas as autoridades fizeram um acordo com Marcus Robertson. A pena seria reduzida a quatro anos, em troca da colaboração com o FBI, enquanto agente infiltrado, na identificação de redes e planos terroristas em África, no Egito e nos Estados Unidos. O acordo durou até 2007, quando Robertson terá atacado o seu contacto da CIA nos assuntos relacionados com o continente africano.

O homem suspeito de estar ligado a Omar Mateen é o fundador, em Orlando, do Timbuktu Seminary, uma escola islamita online que se dedica à “purificação das almas” e que terá sido frequentada pelo autor do ataque ao Pulse. Nasceu em Brooklyn, casou com duas mulheres e tem 15 filhos, alguns deles concebidos fora destes dois matrimónios. As autoridades referiram que tem 150 seguidores e que controla uma rede de contactos na Florida e em Nova Iorque que está sob a vigilância do FBI.

Marcus Dwayne Robertson sempre negou envolvimento no ataque às Torres Gémeas, em Nova Iorque, perpetrado em 1993, mas foi guarda-costas de Omar Abdel Rahman, o líder muçulmano egípcio que integrou o grupo que foi acusado de ter realizado aquele atentado. Rahman cumpre pena de prisão perpétua. As ligações suspeitas fizeram com que as autoridades pedissem que Robertson cumprisse mais dez anos de prisão, mas o juiz que decidiu o caso decidiu libertá-lo em 2015.

“Não é coincidência que isto se tenha passado em Orlando”, declarou uma fonte policial à Fox News.