Se é proprietário de um veículo afectado pela presença de software malicioso e se foi convidado a dirigir-se à rede pós-venda para a sua viatura ser intervencionada, a fim de corrigir o problema, nem pense em declinar a oferta. É muito simples: ou aceita ou chumba. O seu carro, claro. Quando for à inspecção periódica obrigatória.

No seguimento dos problemas relacionados com o software malicioso que afectou o Grupo Volkswagen, a forma como os diferentes mercados lidaram com a questão variou de país para país. Uns determinam que a reparação é obrigatória, outros apresentam a mudança de software como facultativa, e outros ficam a meio caminho. É o caso de Portugal, onde a visita aos concessionários não é obrigatória. Sucede que, conforme explicou ao Observador o director-geral da Audi em Portugal, Licínio Almeida, “os clientes que não actualizarem o sistema de gestão do motor deverão ter dificuldades em ver o seu veículo aprovado na próxima inspecção, por este não estar conforme a regulamentação em termos de emissões nocivas”. Na dúvida, o melhor é jogar pelo seguro, que é como quem diz, aceitar o convite lançado pelas marcas e visitar a rede pós-venda para corrigir o problema.

Audi A1

Foi iniciada em Março uma operação que se estende até ao final do ano e que envolve cerca de 103 mil viaturas, entre Audi, Volkswagen, Skoda e veículos comerciais da Volkswagen. As alterações que motivam o recall variam entre a mera actualização de software, nos motores 2.0 TDI, e a modificação deste e a montagem de um estabilizador do fluxo de ar, colocado imediatamente antes do dispositivo que determina a massa de ar admitida pelo motor, no caso da unidade 1.6 TDI. A necessitar de intervenção estão, sobretudo, modelos com estas motorizações fabricados após o final de 2008 e até à introdução das gestões electrónicas de acordo com a norma Euro 6, que já não enfermam de qualquer anomalia de software.

“As operações de substituição não ultrapassam os 30 minutos de duração”, garante Licínio Almeida, sublinhando que, no caso em concreto da marca que dirige, “embora a Audi tenha disponibilizado gratuitamente um veículo de substituição, para evitar incómodos aos clientes, a esmagadora maioria opta por tomar um café na concessão, enquanto espera que o seu veículo fique pronto”. Por se tratar de uma operação rápida e sem custos para o proprietário do automóvel, o director-geral da Audi recomenda “realizar a actualização do sistema, pois de contrário até a posterior venda do modelo poderá sofrer uma desvalorização adicional”.

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