Assunção Cristas pressiona o primeiro-ministro a dizer “exatamente o que está em causa na Caixa Geral de Depósitos”, quando se fala em necessidade de recapitalização do banco num valor que pode chegar aos 4 mil milhões de euros. A líder do CDS não descarta mesmo a hipótese de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, ainda que considere “prioritário é que o primeiro-ministro diga alguma coisa sobre a Caixa”.

Num entrevista publicada na edição desta terça-feira do Jornal de Negócios, Assunção Cristas acusa mesmo António Costa de ser “muito ligeiro na forma como trata as questões. Uma vez acordou e resolveu dizer que precisamos de um banco mau, de um veículo, falou em 20 mil milhões de euros e não esclareceu nada. Nada. Como se de repente todo o sistema bancário estivesse numa situação difícil”. Por isso, a líder democrata-cristã exorta o chefe do Executivo a esclarecer agora “de uma vez por todas a questão da Caixa”.

Queremos perceber o que se está a passar: se vai à dívida, se vai ao défice, como é que vai ser capitalizado, qual vai ser o montante, porque é que é necessário este montante, o que está em causa, são as imparidades de que momento?”

A pressão que coloca sobre o Governo nesta questão aparece na mesma medida da demarcação que faz do anterior Governo (pelo menos como um tudo) na gestão da crise do Banif: “O que posso dizer é que nunca a questão foi discutida em Conselho de Ministros”. O assunto, garante a ex-ministra da Agricultura, “foi tratado ao nível do Ministério das Finanças”.

Na pasta estava Maria Luís Albuquerque, a quem Cristas acaba por deixar uma crítica — ainda que de forma indireta — nesta entrevista, ao diferenciar o novo cargo de Pauo Portas na Mota- Engil, daquele que a ex-ministra das Finanças aceitou na financeira Arrow Global. “Há uma diferença evidente. O Dr. Paulo Portas saiu da política e, portanto. Iniciou um período profissional completamente novo”.

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