O Banco Central do Brasil anunciou esta terça-feira que multou o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e a mulher, em mais de 1,13 milhões de reais (300 mil euros) por omissão de depósitos bancários fora do país.

A instituição já havia concluído que estava provado a ligação de Eduardo Cunha com investimentos no exterior, por ser beneficiário de contas secretas mantidas na Suíça.

A decisão do Banco Central é passível de recurso.

Além desta questão, Eduardo Cunha enfrenta um processo por quebra de decoro no Conselho de Ética da Câmara, que pode levar à cassação do seu mandato.

Eduardo Cunha é acusado de ter mentido em março de 2015 ao depor perante uma comissão da Câmara dos Deputados que investigava casos de corrupção na petrolífera estatal Petrobras.

Na ocasião, o político brasileiro afirmou que não tinha contas no exterior.

Meses depois o governo suíço enviou documentos para o Brasil, provando que ele era beneficiário de contas abertas naquele país.

A votação de um parecer no Conselho de Ética, que pede a cassação de Eduardo Cunha, está marcada ainda para esta terça-feira.

Considerado um dos políticos mais poderosos do país apesar dos processos que acumula contra si, Eduardo Cunha também já é arguido numa ação no Supremo Tribunal Federal, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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Neste caso, pesa contra ele a denúncia que exigiu e recebeu o pagamento de pelo menos 5 milhões de dólares (4,4 milhões de euros) em suborno de contrato da Petrobras.

Na passada segunda-feira, o Ministério Público pediu a suspensão dos direitos políticos de Eduardo Cunha por 10 anos sob a alegação de que teria cometido crime de improbidade administrativa.

Na semana passada, o deputado foi alvo de um pedido de prisão preventiva, solicitado pela Procuradoria Geral de República, acusado de impedir a Justiça ao manobrar para escapar de punições.

A efetivação da sua prisão está a ser analisada pelos juízes do Supremo Tribunal Federal.