O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, pediu nesta segunda-feira aos militantes que se mobilizem contra a saída do Reino Unido da União Europeia — ‘Brexit’ — nos nove dias de campanha que faltam para o referendo de dia 23. Corbyn, que tem sido acusado de falta de convicção na defesa da permanência do país na UE, elevou hoje o tom das críticas aos que defendem o ‘Brexit’, depois de as sondagens mais recentes preverem uma vitória do “Sair”.

Numa reunião em Londres com membros do seu “governo sombra” e líderes sindicais, Corbyn lançou um apelo a “todo o movimento trabalhista” para que mostre o seu apoio à permanência do país na UE. “A posição do Partido Trabalhista e dos sindicatos é a de votar por ficarmos. Instamos os nossos militantes a refletirem cuidadosamente sobre a questão e a votarem pela permanência”, disse o líder da oposição britânica.

“O voto pela saída é um voto que põe em risco o NHS [sistema nacional de saúde], que ficaria nas mãos daqueles que o querem destruir”, afirmou, acusando a campanha pelo ‘Brexit’ de propagar “mentiras absolutas” ao afirmar que uma saída da UE aumentaria as verbas disponíveis para o NHS.

O líder trabalhista criticou por outro lado o ex-presidente da câmara de Londres, Boris Johnson, e o líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), Nigel Farage, que lideram a campanha a favor do ‘Brexit’, acusando-os de serem “lobos com pele de cordeiro” que escondem “a sua verdadeira agenda”.

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Corbyn, que num referendo semelhante realizado em 1975 votou pela saída do Reino Unido da então Comunidade Económica Europeia (CEE), tem defendido desta vez o voto pela permanência.

Até ao final de maio, as sondagens apontavam para uma vitória dos partidários da permanência, mas nas últimas semanas o campo do “sair” está em vantagem.

Uma dupla sondagem — por telefone e por internet – divulgada no domingo pelo diário The Guardian prognostica uma vitória do ‘Brexit’ com uma vantagem de seis pontos percentuais — 53% contra 47% -, assim como um estudo publicado pelo The Times, que prevê 46% de votos pela saída e 39% pela permanência.