O Governo dos Açores vai instalar em julho cinco câmaras de vídeo de alta definição para fiscalizar a pesca ilegal no arquipélago, anunciou esta terça-feira o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia.

“É um instrumento muito poderoso de dissuasão. Uma pessoa sabendo que está a ser filmada por uma câmara, que consegue ver a matrícula do barco e quase a cara, tem muito mais cuidado, tem muito menos tentação”, afirmou, em declarações à agência Lusa, Fausto Brito e Abreu, acrescentando que os equipamentos de videovigilância vão ficar instalados no ilhéu das Formigas, na ilha de Santa Maria e na fajã do Santo Cristo, em São Jorge.

Segundo o governante, as cinco câmaras “de alta definição”, que representam um investimento de 50 mil euros comparticipados por fundos comunitários, são autónomas do ponto de vista energético, uma vez que têm associados painéis solares e baterias.

“Duas das câmaras vão para a ilha de Santa Maria, mais concretamente para a baixa da Maia e baixa da Pedrinha. Depois, duas câmaras serão instaladas no farolim das Formigas. Estas instalações nas Formigas e Santa Maria serão apoiadas pela Marinha. A quinta câmara ficará na fajã do Santo Cristo, na ilha de São Jorge”, revelou o governante, admitindo que em função dos resultados alcançados nesta primeira fase poderão vir a ser instaladas mais câmaras noutros locais do arquipélago.

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Fausto Brito e Abreu explicou que todas as entidades com competência em matéria de fiscalização terão, em teoria, acesso às imagens captadas, num “verdadeiro sistema de rede partilhada de informação”, dado que a Inspeção Regional das Pescas “não tem os meios para fazer toda a fiscalização”.

Para o governante, as imagens captadas “têm todas as características para poderem fazer fé em tribunal”.

O responsável referiu que a região tem parcerias na área da fiscalização do mar com as Forças Armadas, a Polícia Marítima e a GNR, entre outras entidades, e que as câmaras de videovigilância são mais um meio para monitorizar a pesca.

“A fiscalização na área da pesca e do mar é muito importante para a região autónoma, porque afeta duas das nossas competências exclusivas que temos sobre o mar dos Açores, que são as pescas e a conservação da natureza no meio marinho”, sustentou Fausto Brito e Abreu.