O PS reuniu-se na noite de quarta-feira para declarar “prioridade absoluta ao combate autárquico”, nas palavras de Ana Catarina Mendes. A secretária-geral adjunta disse mesmo, no final da reunião da Comissão Política do PS, que a inclusão de seis autarcas no secretariado no PS serve para “dar esse sinal”. As eleições autárquicas realizam-se em outubro de 2017.

A socialista desvalorizou aquela que é a maior novidade do secretariado de António Costa, que chamou para o secretariado nacional do PS nove novos nomes das fileiras socialistas, entre eles um elemento que pertenceu à direção do antigo líder António José Seguro. “Não há no PS fações ou sectarismos. Há um partido unido em torno do que é essencial”, disse Ana Catarina Mendes, fugindo à questão sobre a inclusão de um segurista na lista do órgão de topo do partido. A secretária-geral adjunta ainda disse que acredita que as autárquicas sejam “um início de ciclo auspicioso para o PS, um ciclo de vitória”, quando confrontada com as declarações (antigas) do Presidente da República, que disse que essas eleições seriam o fim de um ciclo político — explicando mais tarde essas declarações.

Os nomes mais fortes do anterior secretariado que não estão na lista que o líder socialista apresentou na quarta-feira à Comissão Nacional do partido passaram para a Comissão Permanente (que coadjuva a secretária geral adjunta do PS, Ana Catarina Santos).

A lista “representa a unidade do partido e que há PS além do Governo. Acrescenta valor à discussão e à ação política”, afirma fonte oficial do partido. Depois do Congresso socialista do início deste mês, António Costa elege agora, numa reunião da Comissão Nacional do partido, os órgãos de direção do PS.

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Para o órgão do topo do do PS, Costa chamou um dos antigos membros da direção de António José Seguro, Eurico Brilhante Dias, mas também o professor do ISCTE Rui Pena Pires, o deputado Filipe Neto Brandão, Francisco César (deputado dos Açores e filho do presidente do partido Carlos César), o antigo líder da JS José Leitão, João Azevedo (que liderou o PS Viseu e é presidente da Câmara de Mangualde), o presidente da Câmara de Gaia Eduardo Vítor Rodrigues, José Manuel Mesquita e Susana Ramos, psicóloga, diretora da ação social da Câmara de Lisboa (mulher de Duarte Cordeiro, vereador da Câmara).

Autarcas em vésperas de autárquicas

No secretariado que votado na reunião da Comissão Nacional, que se realiza no Hotel Altis em Lisboa, Costa manteve Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, a deputada Maria da Luz Rosinha, Wanda Guimarães (sindicalista), Isilda Gomes (autarca Portimão), Maria do Céu Albuquerque (autarca de Abrantes) e Carla Tavares (autarca da Amadora). Além dos socialistas que são membros por inerência, o presidente do partido Carlos César, o diretor do gabinete de estudos, João Tiago Silveira, e o líder da JS, João Torres. Ao todo, são seis os presidentes de Câmara que Costa chamou para a direção socialista, três deles já estavam no secretariado.

João Galamba, Luís Patrão, Porfírio Silva e Hugo Pires saem do secretariado e passam diretos para o outro órgão, a comissão permanente, que coadjuva a secretaria-geral adjunta do PS nas questões de organização do partido. Com eles ficam também a deputada Luísa Salgueiro e Francisco André, responsável no partido pelas relações internacionais. De fora fica a secretária de Estado Adjunta e da Reforma Administrativa, Graça Fonseca, o líder do PS-Porto Manuel Pizarro, a deputada Maria António Almeida Santos, Bernardo Trindade e ainda o presidente da Câmara de Caminha Miguel Alves.

Este texto foi atualizado às 23h57 minutos, com as declarações de Ana Catarina Mendes no final da reunião da Comissão Nacional do PS