“Se forem necessárias novas eleições, eu serei sempre favorável. É preciso considerar uma coisa: não haverá democracia se o meu mandato não for restabelecido” e só então “poderemos consultar a população e ver o que fazer”, afirmou, citada pela agência de notícias francesa AFP.

“A única maneira de interromper o mandato de um presidente é se o povo brasileiro o reclamar através de um plesbicito”, acrescentou.

Dilma Rousseff já tinha admitido em entrevista à TV Brasil, na semana passada, a possibilidade de um plebiscito, caso consiga reverter a votação do processo de ‘impeachment’ (destituição) no Senado.

A Presidente brasileira disse estar a falar com políticos e líderes da sociedade civil para tentar um pacto político para salvar a sua carreira, escreve a AFP.

Dilma Rousseff tem o mandato suspenso, desde 12 de maio, por um período de até 180 dias, durante o qual será julgada pelos senadores. Se dois terços dos senadores (54) votarem pelo seu afastamento definitivo, o Presidente interino, Michel Temer, assumirá permanentemente a Presidência. Caso tal não aconteça, Dilma Rousseff volta a assumir o comando do país.

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Durante a entrevista, Dilma Rousseff invocou também a organização dos Jogos Olímpicos do Rio (entre 05 e 21 de agosto), que se realizam pela primeira vez lugar num país da América Latina e com a cerimónia de abertura a ter lugar durante o período de suspensão da Presidente.

“Suponho que eles me vão convidar para assistir aos Jogos Olímpicos, mas se não me convidarem, eu vou subir a uma árvore e vou ver de binóculos”, ironizou.

A Presidente brasileira lamentou que a organização deste evento desportivo planetário “apareça como o produto de um Governo provisório”.