O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai realizar em 21 de julho a que se espera ser a primeira de muitas votações secretas para escolher o próximo secretário-geral.

O embaixador francês, François Delattre, que exerce a presidência com Conselho, anunciou esta quarta-feira que tinha estipulado aquela data em carta enviada ao presidente da Assembleia-geral (AG).

Espera-se que o Conselho, integrado por 15 Estados, decida até outubro um único candidato, que vai ser depois apresentado à AG para obter o aval desta, antes de suceder a Ban Ki-moon em 01 de janeiro.

A decisão porém acaba por depender dos membros permanentes do Conselho — China, EUA, Federação Russa, França e Reino Unido –, que têm poder de veto.

Já existem 11 candidatos ao cargo, cinco dos quais mulheres, mas é esperado nos círculos diplomáticos que aquele número aumente.

Entre os candidatos mais fortes estão o antigo primeiro-ministro português que liderou a agência da ONU para os refugiados, António Guterres, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Susana Malcorra, e a antigo chefe do governo neozelandês e dirigente do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Helen Clark.

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Tem havido apelos para que seja escolhida uma mulher para liderar a ONU pela primeira vez e vários países da Europa central e oriental têm pressionado para que o futuro líder seja da sua região.

A dirigente da ONU para a educação, ciência e cultura, a búlgara Irina Bokova, o antigo Presidente da Eslovénia, Danilo Turk, o ministro dos Negócios Estrangeiros eslovaco, Miroslav Lajcak, estão entre os oito candidatos oriundos da região.

Durante a votação, cada um dos 15 membros do Conselho vai ser solicitado a indicar se “encoraja”, “desencoraja” e “não tem opinião” sobre os candidatos.

O resultado da votação vai ser comunicado aos candidatos, o que lhe dá uma indicação sobre o nível de apoio que têm no Conselho e se devem ou não sair da corrida.

A procura de um sucessor de Ban Ki-moon ocorre em contexto de elevada ansiedade na agenda internacional e quando a ONU está confrontada com a maior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial e a intensificação de conflitos no Médio Oriente e África.

Na que é uma alteração importante em relação a eleições anteriores, os candidatos desta vez foram sujeitos a audições formais da AG para apresentarem as suas perspetivas para o cargo.

As audições decorrem de um esforço para injetar alguma transparência na escolha do futuro chefe da ONU, se bem que, no fim, sejam as grandes potências a determinar a escolha.