O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro Edson Fachin determinou esta terça-feira a abertura de um inquérito para investigar quatro senadores do PMDB, partido do Presidente interino, Michel Temer. Entre os envolvidos estão o presidente do Senado, Renan Calheiros, o ex-ministro do Planeamento, Romero Jucá, Valdir Raupp e Jader Barbalho.

A abertura de inquérito foi solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em maio, para investigar alegadas “luvas” na construção da central hidroelétrica de Belo Monte, no Pará, no Brasil. A investigação tem como base a delação premiada (prestação de informações em troca de possibilidade de redução de pena) de Luiz Carlos Martins, funcionário da empresa Camargo Corrêa, alvo da Operação Lava Jato. Os inquéritos, no entanto, não fazem parte dos processos relativos à Operação Lava Jato porque “a denúncia de Martins não se trata de um desdobramento do esquema de corrupção que atuava na Petrobras”, explicaram as autoridades ao site G1.

O ex-senador Delcídio do Amaral também já havia declarado à justiça brasileira a participação de Calheiros, Jucá, Raupp e Barbalho no esquema, pelo qual também é investigado Edison Lobão (PMDB), ex-ministro de Minas e Energia. Aos investigadores, Delcídio do Amaral falou num esquema de desvio de dinheiros das obras da central para abastecer campanhas eleitorais do PT e do PMDB.

Através da sua assessoria de imprensa, Calheiros disse que “não recebeu vantagens de quem quer que seja e reitera que as ilações do ex-senador Delcídio do Amaral não passam de delírios”, citado pelo jornal Folha de S. Paulo. A defesa de Romero Jucá e Edison Lobão afirmou à publicação que as declarações de Delcídio do Amaral “não apontam um único fato que incrimine seus clientes”, enquanto o senador Valdir Raupp assegurou que “jamais fez indicações políticas para o setor elétrico e que as acusações de Delcidio são inverídicas”. Por sua vez, Jader Barbalho negou as acusações recebidas por participar no alegado esquema.

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