Os aeroportos portugueses registaram desde o início do ano 1.647 voos cancelados e 782 com um atraso significativo, revelou hoje em Madrid a Gate28, empresa que se propõe apoiar os passageiros a recuperar as indemnizações a que têm direito.

“Os passageiros não estão conscientes dos seus direitos”, disse o diretor-geral da Gate28 durante a apresentação que fez sobre os objetivos da empresa que está instalada em Lisboa desde o início de abril.

Frank Verschuur queixou-se da dificuldade em recuperar junto das transportadoras as indemnizações a que os passageiros têm direito, mas acredita que o facto de a empresa estar presente, ou em vias de se instalar, em várias capitais europeias irá facilitar o trabalho.

A empresa aplica uma comissão de 12% sobre o que o passageiro recupera, que só é paga em caso de sucesso no pedido de reclamação.

De acordo com os regulamentos europeus, “em caso de recusa de embarque, cancelamento ou de chegada ao destino final especificado no seu bilhete com mais de três horas de atraso, os passageiros podem receber uma indemnização, que varia entre 250 e 600 Euros consoante a distância do voo”.

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A Gate28 apresentou dados da EUClaim, uma empresa que tem uma base de dados com informação atualizada sobre os voos realizados, que indicam que desde o início do ano houve 1.647 voos cancelados a partir ou a chegar aos aeroportos portugueses e que em 993 destes voos os passageiros poderiam ter apresentado uma reclamação e ser indemnizados.

Por seu lado, houve um total de 782 voos que partiram ou chegaram atrasados, dos quais os passageiros de 470 deles podiam ter apresentado uma reclamação.

A TAP foi a transportadora com mais voos cancelados (454) que os passageiros podiam ter pedido uma indemnização, logo seguida pela Ryanair (174), Sata Air Azores (161) e Easyjet (127).

Quanto a empresas com voos atrasados, em primeiro lugar vem a Ryanair (181), seguida da TAP (137), a Easyjet (84) e a Sata Air Azores (55).

A Gate28 disponibiliza na sua página da internet um questionário em que verifica imediatamente se um passageiro afetado por um cancelamento ou um atraso tem direito a ser indemnizado.

Uma empresa concorrente que também presta serviços em Portugal, a Air Help, já tinha denunciado em abril que quase vinte mil passageiros de voos com partidas dos principais aeroportos portugueses não receberam em 2015 as indemnizações previstas por lei, por parte das companhias aéreas por atrasos, cancelamentos e sobrelotações nos seus voos.

Segundo os dados recolhidos por esta empresa nos principais aeroportos nacionais, ficaram por pagar mais de seis milhões de euros em indemnizações, sendo o aeroporto de Lisboa responsável por quase metade dos passageiros (9.436) que tinha direito a receber uma indemnização, num total estimado de 3,4 milhões de euros.