Alexander Shprygin, presidente da associação de adeptos russos, vai ser deportado de França na sequência da onda de violência que despontou em Marselha no passado fim de semana, avança a BBC. Para além de Shprygin, vão ser expulsos do país outros 19 cidadãos de nacionalidade russa.

Os 20 adeptos fazem parte de um grupo de 43 que foram detidos na terça-feira durante uma viagem de autocarro de Marselha para Lile, para assistirem ao jogo da Rússia contra a Eslováquia. Num comunicado emitido pela associação de adeptos, citado pela France-Presse, é referido que Shprygin e os restantes 19 russos serão deportados por motivos de segurança.

De acordo com o Guardian, Shprygin é conhecido por ter ligações à extrema-direita e por ter sido responsável por introduzir uma ideologia neonazi nas claques de futebol russo. O russo foi fotografado a fazer a saudação nazi e, recentemente, defendeu que só devia haver “caras eslavas” na equipa nacional da Rússia.

A decisão foi contestada por Moscovo que, entretanto, convocou o embaixador francês, Jean-Maurice Ripert, para uma reunião. Num discurso na Duma Federak, Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo, defendeu que os fãs foram provocados e criticou a atuação da polícia francesa e a detenção de mais de 40 adeptos russos. Lavrov acusou ainda a França de violar as convenções internacionais ao deter os cidadãos russos.

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“O facto é que a França se comportou de maneira contrária às suas obrigações segundo a Convenção de Viena e eu já escrevi ao ministro dos negócios estrangeiros franceses a exigir que ele não permita que mais incidentes do género ocorram”, disse, citado pela BBC.

Admitindo que o comportamento dos fãs russos tem sido mau, Lavrov defendeu, porém, que “não podemos fechar os olhos às tentativas de ignorar as ações provocadoras dos adeptos de outros países”.

Depois do encontro entre o embaixador e o ministro, a embaixada francesa em Moscovo publicou um comunicado online onde afirma que o governo francês se mantêm “determinado, juntamente com a UEFA, a parar aqueles que procuram problemas de arruinar a festa que é o Euro”.

Esta quinta-feira, o ministro do Interior francês divulgou que, desde o início do Euro 2016, foram detidas 323 pessoas. “Desses detidos, 196 foram levados sob custódia, oito foram presos e três receberam penas suspensas”, disse Bernard Cazeneuve num comunicado, sem adiantar mais pormenores.