Mais de 400 pessoas morreram na Etiópia desde novembro do ano passado, na sequência da repressão contra protestos antigovernamentais, denunciou esta quinta-feira a organização Human Rights Watch (HRW), tendo o Governo negado as acusações.

“Dezenas de milhares” foram também presos pelas forças de segurança “em protestos massivos na região de Oromia desde novembro de 2015”, disse a organização.

Os protestos foram desencadeados por um plano do Governo para expandir o território da capital para a região de Oromia, ocupando terrenos agrícolas na periferia. O projeto foi abandonado a 12 de janeiro, mas os protestos continuaram durante semanas.

Um relatório da organização, que teve por base mais de 125 entrevistas com manifestantes e pessoas afetadas pela violência, aponta o “uso excessivo e desnecessário da força e detenções em massa, maus tratos na prisão e restrições no acesso à informação para reprimir o movimento de protesto”.

O porta-voz do Governo Getachew Reda rejeitou o conteúdo do relatório, afirmando que a HRW “é muito generosa com os números quando se trata da Etiópia” e atribuindo qualquer tipo de violência por parte das forças de segurança a “maçãs podres”. “O Governo lamenta que pessoas tenham sido mortas”, afirmou.

Reda disse que o Conselho de Direitos Humanos da Etiópia, uma organização não-governamental, aponta a morte de 103 pessoas. “Porque é que eles não referem os nomes dos outros? Porque os outros nomes não existem”

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