O primeiro-ministro defendeu esta sexta-feira que a atração e fixação nas principais cidades portuguesas de empreendedores e criadores de produtos de inovação tecnológica e artística deve ser uma aposta estratégica, contribuindo em paralelo para a renovação urbana.

António Costa falava após ter presidido a uma cerimónia de cedência de terrenos do Ministério da Defesa à Câmara Municipal de Lisboa, por um valor de sete milhões de euros nos próximos cinco anos, para a instalação em parte da antiga Manutenção Militar de um polo de inovação industrial e artístico, que poderá envolver a médio prazo cerca de três mil pessoas.

Tendo a escutá-lo o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, assim como os ministros da Defesa, José Azeredo Lopes, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral, o primeiro-ministro fez um breve discurso sobre o plano do Governo para a promoção da competitividade económica do país.

“É hoje claro que o país só se pode desenvolver com base no investimento, no conhecimento, na qualificação e na inovação”, disse o líder do executivo, numa alusão a um dos principais eixos do Programa Nacional de Reformas.

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António Costa falou então sumariamente dos programas lançados recentemente pelo seu executivo como o “Simplex+”, o “Indústria 4.0”, o “Capitalizar” e, sobretudo, do programa “Startup Portugal”.

“Não queremos que a realização da ‘Web Summit’ mundial em novembro em Lisboa seja apenas um evento, mas que seja antes uma oportunidade para desenvolver um ecossistema forte a nível nacional, designadamente em Lisboa”, referiu o primeiro-ministro.

Neste contexto, António Costa considerou o projeto de criação de um polo de inovação em antigas instalações da Manutenção Militar de Lisboa da “maior importância para a criação de condições no sentido de atrair e fixar um conjunto de empreendedores, criadores e autores de iniciativas que se possam localizar na cidade”.

Um caminho que também disse já estar a ser seguido pela Câmara Municipal do Porto, através do aproveitamento de antigas instalações de um matadouro local.

“A indústria do século XXI vai distinguir-se muito pouco daquilo que é atividade dos pintores, dos escultores ou dos criadores de modo, porque será assente na criatividade. Por isso é fundamental que estes espaços sejam multidisciplinares”, defendeu António Costa.

Este novo polo de criatividade na zona de Xabregas terá espaços para incubadoras de empresas, mas também para a residência de artistas, cientistas ou jovens investidores.

“Estes projetos também vão contribuir para a renovação urbana. A zona oriental de Lisboa é das mais apaixonantes da cidade. Desde 1998 que se aguarda a ligação ao centro da cidade da zona da Expo, para que esta não seja apenas uma excentricidade”, disse ainda.