A estreia da Croácia no Campeonato da Europa contra a Turquia foi gloriosa. O resultado foi curtinho, mas convincente. Luka Modric resolveu, à bomba, de longe, e os croatas festejaram muito. A seguir veio o outro lado da moeda, para Srna: o pai, Uzeir Srna, morrera durante o jogo. E ele partiu para Metkovic, a cidade onde seria o funeral, ficando a dúvida se voltaria.

O pai de Srna era tudo para ele. Até na altura dos puxões de orelhas, deixou o filho de coração apertado. Como naquele caso em que o futuro lateral poupou dinheiro — vendia vegetais com a família num mercado — para comprar umas botas para dar gás à sua paixão, contou o Guardian. O pai levou-as, disse que as ia devolver à loja. O que aconteceu foi surpreendente: acabou por aparecer com umas belas botas da Adidas. Ou seja, das boas. Isso foi um sinal para Darijo.

A vida de Uzeir, que nasceu em Gornji Stopici, na Bósnia, foi trágica. Até parece mentira. Quando era bebé, Uzeir quase morreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando os militares sérvios nacionalistas incendiaram a aldeia onde viva com a sua família. A mãe, que estava grávida, e a sua irmã foram queimadas vivas. Noutra altura deste filme, o pai seria morto depois, por uma bala perdida.

Darijo voltou para liderar a sua equipa no segundo jogo (2-2 vs. República Chega). “O seu último desejo era que eu jogasse”, explicou, revelado aqui pelo Twitter do Euro-2016. E terá arrepiado meio mundo, certamente, ao chorar como um menino na hora de honrar o país e lembrar o pai, que fugiu da guerra e recusou que o apelido Srna sucumbisse à tragédia da sua vida…

https://www.youtube.com/watch?v=PLkSDi6R8jo

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR