O Mini Vision Next 100 é o protótipo que levanta a ponta do véu sobre o que a marca inglesa prevê que nos reserve o automóvel do futuro. Segundo os britânicos, dentro de um século, desaparecerá a actual tendência para a propriedade dos veículos, passando a reinar o “car sharing”, ou soluções similares, como meio para assegurar a mobilidade nas grandes cidades. O utilizador apenas tem de solicitar um automóvel para determinado local e hora, através de uma “app”, que por sua vez lhe enviará o carro solicitado em modo autónomo. Ou seja, se os taxistas já estão preocupados com a Uber, esperem para ver o que o futuro lhes reserva. Podem começar já por ver este filme:

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Adoptando o conceito “Every Mini is my Mini”, o construtor do grupo BMW assegura que, uma vez confirmado o aluguer, o Mini de 2116 – e provavelmente muito antes disso – vai adaptar-se ao seu novo proprietário, seja por umas horas ou uns dias. Assim, se gostava de ter um carro cor-de-rosa, ou cheio de caveiras e com o símbolo dos Metallica – partindo do princípio que alguém vai saber o que foi o “nosso” Heavy Metal dentro de 100 anos –, o Mini vai realizar esse sonho. Mesmo que o seu sonho mude de 15 em 15 segundos.

Na realidade, o carro do futuro vai ser transparente, com a estrutura revestida por uma tela de projecção, ou melhor, um imenso ecrã. Depois de definidas as preferências de determinado condutor na “cloud”, o carro, qualquer que seja, assume a decoração preferida do cliente. E se por fora o Mini promete grande ousadia, por dentro impera o minimalismo. O utilizador tem apenas os bancos e uma barra horizontal onde se desloca o volante e os pedais, para que o condutor possa conduzir à direita ou à esquerda. E à semelhança da BMW, que no seu concept tinha um assistente virtual chamado Companion, e da Rolls-Royce, que apelidou este serviço de Elanor, os utilizadores do Mini podem confiar na total dedicação do Cooperizer para os conduzir, aconselhar e entreter durante a viagem.

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Ao centro do que podemos chamar tablier, existe apenas um complexo comando rotativo, pequeno mas cheio de potencial, uma vez que pode adaptar o veículo à vontade do condutor. Além de alterar a iluminação interior, o nível de conforto, a música ou o sistema de ventilação, o utilizador pode ainda requerer fontes de inspiração adicionais e fazer com que o Mini mimetize a recente viagem de férias, ou o concerto do Tony Carreira. Menos criativa, a BMW sugere a última visita a um museu ou galeria de arte.

Os “aceleras” podem ficar descansados, pois apesar de ser 100% eléctrico, o Mini vai continuar a incentivar a uma condução desportiva, disponibilizando maior potência sempre que quem vai volante se quer divertir numa estrada sinuosa. Ou seja, os amantes dos Cooper S estão garantidos.

Acha que tudo isto é muito rebuscado e pouco exequível? Pode ter razão, mas o mais provável é estar enganado. E dizemos-lhe porquê. Todos os grandes construtores estão hoje avidamente a trabalhar na mobilidade urbana e a maioria acredita que, muito em breve, vai passar a alugar ou a vender minutos de utilização nas grandes cidades, em vez de veículos. A recente inauguração do serviço de “car sharing” Reach Now, em Seatle – com uma frota inicial de 370 unidades, onde se incluem vários Mini – é um prelúdio do futuro, tanto mais que se irá estender rapidamente a 10 outras cidades americanas. Utilizando exclusivamente veículos do grupo BMW, e outra coisa não seria de esperar, os utilizadores são convidados a alugar ao minuto o veículo de que necessitam, com valores que oscilam entre 41 cêntimos de dólar, ou 30 cêntimos enquanto estacionado. Ainda estamos longe mas, aparentemente, este é o caminho.