Foram três os votos de pesar aprovados por unanimidade esta sexta-feira ao fim da manhã no Parlamento. Um sobre o ato terrorista numa discoteca gay em Orlando, Estados Unidos, outro sobre o atentado cometido contra a deputada trabalhista Jo Cox e ainda outro a homenagear o sociólogo Paquete de Oliveira, que morreu no sábado passado.

Os três votos foram apresentados pelo presidente da Assembleia da República, ainda que os deputados das várias bancadas tivessem manifestado intenção de entregar votos próprios. O texto lido sobre o ataque de Orlando começou pelo desafio a uma “reflexão interna a fazer nos Estados Unidos da América sobre as condições em que é exercido o direito de porte de arma” e terminou com a “mais profunda condenação por este ato bárbaro contra uma comunidade específica”: O ataque “não pode resultar na cedência às respostas intolerantes. Devemos empenhar-nos mais numa resposta global ao terrorismo, não violenta”. Na galeria destinada aos convidados estava a assistir o embaixador dos Estados Unidos em Portugal — e também a embaixadora de Israel, para um momento seguinte. Presenças aplaudidas por todas as bancadas, exceto as do PCP, BE e Verdes, que permaneceram sentadas e em silêncio quando o Presidente da Assembleia da República falou dos convidados.

Já sobre a deputada britânica morta a tiro na quinta-feira, enquanto fazia trabalho no seu círculo de eleição, o texto do voto (também aprovado por unanimidade) foi lido pelo próprio presidente da Assembleia da República que referiu que “Portugal não se envolve em referendos ou atos eleitorais noutros países mas não pode ficar indiferente ao ataque cobarde à vida e à liberdade”. Ferro Rodrigues falou mesmo no “especial contexto do referendo”, em que acontece o assassinato e que confirmando-se os motivos , ainda mais se trata de um ataque “aos elementares preceitos democráticos da liberdade de expressão”. A condenação da Assembleia da República foi, por isso, “inequívoca e veemente”.

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