O Banco Central Europeu (BCE) manifestou esta sexta-feira preocupação com a possibilidade de haver “uma geração perdida” na Europa se os governos da região não acelerarem as reformas estruturais.

“O desemprego jovem ultrapassa o desemprego global em todos os países (…). Isso já penaliza a economia por haver jovens que querem trabalhar mas não encontram emprego ficando impedidos de desenvolver as suas competências”, declarou Benoît Coeuré, membro da direção da instituição monetária europeia, num discurso em Berlim.

“Para evitar criar uma geração perdida, temos de agir rapidamente”, acrescentou o dirigente, que se congratulou com as reformas laborais promovidas em vários países onde se considerava que havia maior “rigidez”, citando Portugal, Espanha, Itália, Grécia e ainda, há mais de dez anos, a Alemanha.

Em França, “apesar da reforma laboral estar atualmente em discussão, ainda está por ver se ela é suficientemente ambiciosa” para impulsionar o emprego, considerou, numa altura em que a legislação francesa está a ser muito contestada, principalmente pelos sindicatos.

O BCE, que adotou nos últimos anos várias iniciativas para estimular a economia, tem feito sucessivos apelos aos governos para apoiarem os seus esforços com a adoção de reformas.

“Para aumentar o potencial de crescimento e reforçar as bases da nossa união económica e monetária, precisamos de reformas alargadas e em sequência nos Estados nacionais e a nível da União Europeia e precisamos delas agora”, insistiu Coeuré, defendendo que essas reformas devem começar pelo mercado de bens e serviços.

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