Celebrar as diferenças, alertar para a urgência de dar prioridade aos direitos dos transexuais e acabar com as “várias formas de violência” é o objetivo da 17.ª marcha do orgulho LGBT, hoje em Lisboa.

A marcha do Orgulho Lésbico, Gay, Bissexual e Transgénero (LGBT) tem como lema “celebrar as diferenças, transcender o género” e percorre diversas ruas do centro de Lisboa, nas quais os organizadores esperam milhares de participantes.

“Saímos à rua para celebrar vitórias legais que já alcançámos e afirmar as que estão por conseguir: a nossa luta está só a começar”, afirmam as mais de duas dezenas de entidades que organizam a marcha e que trabalham pelos Direitos Humanos e contra a discriminação.

No manifesto para a marcha de hoje, afirma-se ainda a recusa à repressão da diversidade de género e a necessidade de recordar que a violência é usada para silenciar as diferenças.

“Saímos à rua para, uma vez mais, chamar a atenção para a saúde, que ainda está longe de ser para todas as pessoas. Porque o género continua a pôr em causa o acesso à saúde sexual e reprodutiva. Porque o preconceito sempre assente no género está também na base dos critérios estigmatizantes, discriminatórios e errados que continuam a vedar a doação de sangue a todos os ‘homens que têm sexo com homens'”, afirma-se no manifesto.

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E diz-se ainda no mesmo documento: “Saímos à rua para recusar todas as violências que os papéis de género continuam a impor: os crimes de ódio que são cometidos contra nós e que continuam a acontecer em silêncio, o ‘bullying’ nas escolas, mas também em casa ou no local de trabalho, os suicídios de quem sofre, por se afirmar ou por não se poder afirmar”.

No entender das associações subscritoras do manifesto, acabar com toda a violência da discriminação só é possível transformando a sociedade, para o que são fundamentais a intervenção política, a educação sexual, a educação para a cidadania, a sensibilização e formação para a diversidade alargadas.

Os organizadores lembram, em comunicado, que a marcha do ano passado contou com 5.000 pessoas e que, para a marcha de hoje, foram ainda convidados os partidos com assento parlamentar, os órgãos de poder local e várias associações de âmbito nacional.