Os primeiros-ministros português e francês, António Costa e Manuel Valls, destacaram hoje, em Paris, as “excelentes relações” entre Portugal e França, num encontro que decorreu no Palácio de Matignon. Costa salientou a importância do turismo e adiantou que há empresas francesas que têm “intenções” de investir em Portugal.

“Tivemos a oportunidade de falar sobre a próxima visita do Presidente da República da França a Portugal que terá lugar em julho, [sobre] a necessidade de continuarmos a aproveitar este excelente momento das relações económicas entre os nossos países”, disse aos jornalistas António Costa, no final do encontro.

O primeiro-ministro português destacou que “os franceses hoje têm dois milhões de turistas a visitar Portugal” e que são o segundo fornecedor de Portugal e o primeiro investidor estrangeiro, salientando haver “várias empresas francesas, neste momento, com intenções de investirem em Portugal”.

Por sua vez, Manuel Valls disse esperar ir a Portugal depois da visita a Portugal do presidente francês, François Hollande, em julho, destacando também as “excelentes relações em todas as áreas”.

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“Fiquei muito feliz por receber António Costa, já nos tínhamos visto há algumas semanas e estou muito feliz que o Presidente da República vá [a Portugal] no mês de julho. Esta visita é aguardada e espero que me dê a oportunidade, alguns meses depois, de regressar a Portugal para podermos aprofundar sempre as nossas excelentes relações em todas as áreas”, afirmou o chefe de governo francês.

O primeiro-ministro francês salientou os “muitos laços entre França e Portugal” porque “há muitos franceses que se instalaram em Portugal e há, claro, muitos portugueses e franco-portugueses aqui em França”.

Manuel Valls acrescentou que as relações entre Portugal e França se estabelecem a nível económico, mas também “na área universitária, na investigação, nas novas tecnologias, na energia”.

António Costa adiantou, também, que no encontro se falou sobre “o grande desafio que se coloca à Europa na próxima semana que é a decisão que os ingleses tomarão sobre a sua permanência ou não na União Europeia”, defendendo que a Europa precisa de “um novo alento”.

O primeiro-ministro sublinhou a necessidade de se analisar “a forma como a Europa precisa de reagir, independentemente do resultado [do referendo], para recuperar o apoio popular, a confiança dos cidadãos nas instituições europeias” e para “fazer renascer esse projeto europeu que é absolutamente fundamental”.

António Costa reuniu-se com o chefe de Governo francês, oito dias após ter sido recebido pelo chefe de Estado francês, François Hollande, no Palácio de Eliseu, juntamente com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionado sobre se apoia Portugal contra as sanções europeias, o primeiro-ministro francês declarou que a França apoia “muito o governo português”.

“Estamos muito atentos às posições do Governo português. Não pode haver uma Europa punitiva. Portugal fez muitos esforços que o povo português suportou (?)É preciso respeitar estes compromissos e ao mesmo tempo ter em conta os compromissos tomados pelo governo de António Costa diante do povo. Por isso, evidentemente que apoiamos muito o governo português”, declarou Manuel Valls.

A reunião com o primeiro-ministro francês ocorre dois dias antes de António Costa receber em São Bento o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

Na semana passada, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Paris, François Hollande defendeu a linha política e económica seguida por Portugal no âmbito da União Europeia e disse que a França não é “simplesmente um parceiro no Conselho Europeu, mas um amigo”, palavras que o primeiro-ministro português considerou serem de apoio ao país contra eventuais sanções europeias.

Na agenda do regresso de António Costa a Paris estão ainda a inauguração do “Espaço do Cidadão” para prestação de serviços públicos online e, pelas 21:00 locais, a presença no jogo da seleção portuguesa de futebol contra a Áustria no Euro2016, ao qual também vai assistir o primeiro-ministro francês.