O líder do Movimento para a Democracia (MpD, no poder em Cabo Verde), também primeiro-ministro, afirmou hoje “não acreditar” que o seu antecessor no Governo, José Maria Neves, se apresente nas presidenciais de 2 de outubro próximo.

Ulisses Correia e Silva falava aos jornalistas após uma visita à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, último ato da visita oficial de cinco dias a Portugal, a primeira como primeiro-ministro cabo-verdiano ao estrangeiro (foi empossado a 22 de abril último).

“Ele (José Maria Neves) já disse que não. É a sua palavra. Não sei, mas ele disse que não”, respondeu Correia e Silva, quando questionado pela Lusa sobre se acredita que o antigo primeiro-ministro cabo-verdiano (2001/2016) possa voltar atrás na decisão de se apresentar às presidenciais.

Correia e Silva, falando na qualidade de presidente do MpD, escusou-se a adiantar se o partido no poder apoiará a recandidatura de Jorge Carlos Fonseca a novo mandato de cinco anos na Presidência da República, mas garantiu que, pessoalmente, o fará.

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“Não posso dizer ainda porque essa é uma decisão que tem de ser assumida a nível da direção nacional do partido. Mas posso dizer que, pessoalmente, sim”, respondeu Correia e Silva, não se mostrando preocupado com a ausência de candidaturas.

“Creio que deverão aparecer, porque faz bem à democracia que haja competição política para os cargos e, particularmente, para o de Presidente da República”, sublinhou, numa altura em que Jorge Carlos Fonseca ainda não definiu se se recandidata.

Até ao momento, o único candidato assumido é o antigo combatente Joaquim Jaime Monteiro, que vai disputar pela segunda vez a eleição para ao cargo de Presidente da República de Cabo Verde, depois de ter concorrido nas de 2011.

Na altura, Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo MpD, obteve 55,13% dos votos, e derrotou na segunda volta Manuel Inocêncio Sousa, candidato apoiado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que conquistou 45,87%.

Sobre as autárquicas de 4 de setembro próximo, Correia e Silva referiu que a meta do MpD é “manter” as câmaras que tem e “ganhar mais”.

“Manter as câmaras que temos e ganhar mais. Estamos convencidos de que iremos ter um bom desempenho nas autárquicas e continuarmos a ter a maioria das câmaras municipais”, afirmou Correia e Silva.

Nas autárquicas de 01 de julho de 2012, o MpD, que sempre teve a maioria dos 22 municípios cabo-verdianos, conquistou 14 câmaras, mas duas do que na votação anterior (2008), derrotando o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), cujo total desceu de 10 para oito.

As eleições presidenciais de 2 de outubro encerram o ano eleitoral em Cabo Verde, depois das legislativas de 20 de março e das autárquicas de 4 de setembro.