O número de deslocados no mundo atingiu um novo recorde, com 65,3 milhões de pessoas forçadas a deixar as suas casas no final de 2015, anunciou esta segunda-feira a ONU.

“Esta foi a primeira vez que o limiar dos 60 milhões foi ultrapassado”, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Os números, divulgados no Dia Mundial do Refugiado, sublinham fatores de pressão que alimentam uma crise global sem precedentes.

Por outro lado, ao mesmo tempo que conflitos e perseguições forçam cada vez mais pessoas a fugir, emerge um sentimento anti-migrantes que reduz a vontade política para realojar refugiados, de acordo com o alto-comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi.

“O que está hoje a ser testado é a disponibilidade das nações para trabalharem em conjunto, não apenas pelos refugiados, mas pelo interesse humano coletivo”, disse, em comunicado.

O número de pessoas deslocadas globalmente aumentou em 5,8 milhões em 2015, de acordo com os dados da ONU.

Uma em cada 113 pessoas no planeta está hoje numa situação de deslocado interno ou é um refugiado, segundo a ONU.

Os números marcam um “nível de risco para o qual a ACNUR não tem precedente”, disse a agência, sublinhando que o número de pessoas deslocadas é agora superior ao da população do Reino ou da França.

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