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  • Um resumo do debate do Brexit - E agora, indecisos?

    O debate na Wembley Arena começou pouco espontâneo, mas com bom ritmo (até demasiado acelerado, talvez). Se acreditarmos que são os novos factos que convencem os indecisos, não terá havido muito neste debate que tenha trazido novidades a uma população que já está um pouco cansada deste tema — como foi dito à reportagem do Observador.

    O lado do Ficar trouxe um trunfo na manga, que foi o alegado donativo de uma antiga militante do partido nacionalista British National Party (BNP) à campanha do VoteLeave. Andrea Leadsom, a deputada pelo Leave a quem calhou responder a essa acusação, fugiu à questão dizendo que as pessoas têm “preocupações genuínas” mais importantes e que estão em jogo neste referendo.

    Sadiq Khan, o presidente da Câmara de Londres, foi o artilheiro de serviço e teve um momento memorável em que colocou em questão uma série de argumentos que vinham sendo apresentados pelo Leave nos minutos anteriores. A entrega foi perfeita, mas durante o debate, globalmente, Sadiq Khan poderá ter abusado nas acusações de que os seus adversários “tinham obrigação de saber mais” ou “deviam ter vergonha na cara”.

    A agressividade do mayor de Londres poderá ter sido uma tática preparada para permitir que a escocesa Ruth Davidson tenha sido, indiscutivelmente, a voz mais eficaz do debate.

    Do lado do Sair, houve uma tentativa clara de salientar as perspetivas de mais alargamento da União Europeia. Boris Johnson, o principal rosto do Sair, esteve apagado mas compensou com uma declaração final que terá ficado na memória de alguns dos que admitem votar pela saída. “Esta quinta-feira pode ser o nosso Dia da Independência”, afirmou o ex-mayor de Londres.

    O principal cavalo de batalha do lado da Saída foi o que considera ser uma intrusão excessiva de Bruxelas na lei e na justiça britânica. E Boris Johnson procurou, por várias vezes, associar a campanha do Ficar a uma campanha do medo. Sadiq Khan, pelo Ficar, diz que tem sido acusado de levar uma campanha do medo mas acusa a campanha do Sair de ter uma “campanha do ódio” (numa alusão à imigração).

    Pelo Ficar, a principal arma foi o recurso às declarações que surgiram nas últimas semanas, sobre esta matéria. O Remain pediu aos que querem sair que nomeassem um país da NATO que tenha dito que o Reino Unido estaria melhor fora da UE. E, também, que nomeassem um parceiro comercial do Reino Unido que já tenha dito que dará a Londres melhores condições comerciais se houver Brexit, em comparação com as atuais. O Ficar apoiou-se nas declarações de vários peritos em economia, segurança e geopolítica. Ah! E de Barack Obama.

    Obrigado por ter estado desse lado. Vamos retomar o acompanhamento deste referendo decisivo nos próximos dias. Bom descanso.

  • Declarações finais.

    Ruth Davidson, Ficar. Não há volta atrás. Votar pela saída pode custar a muita gente o seu emprego na sexta-feira. A UE tem muitas falhas, mas sair não é o caminho. Não há nada mais positivo do que ter uma economia forte e criação de emprego.

    Boris Johnson, Sair. Há uma escolha clara, entre aqueles que só falam de medo do que pode acontecer e nós, que acreditamos no Reino Unido. Eles dizem que nós não temos alternativa a vergar-nos a Bruxelas — nós não queremos ser subestimados na nossa capacidade de gerir as nossas finanças e as nossas leis. Temos de votar e fazer desta quinta-feira, o Dia da Independência do Reino Unido. Let’s Take Back Control (uma vez mais).

    E assim termina o debate. Vamos manter o liveblog aberto mais algum tempo para recolher algumas opiniões sobre o resultado.

  • Gisela Stuart tem a sua melhor tirada da noite, pelo Leave. A deputada diz que David Cameron teve uma iniciativa de renegociação no início do ano e obteve “zero” – “e agora querem fazer-nos crer que depois de votarmos para Ficar vamos conseguir melhores condições?”

  • O Reino Unido e a sua relação com a Europa.

    O lado do Ficar garante que as principais decisões políticas no Reino Unido são tomadas pelo Reino Unido, e não pela Europa. Fala-se da libra, das taxas de juro, do veto à entrada de novos países, da não-pertença ao Espaço Schenghen.

    Em contraste, o Sair diz que, no terreno, as pessoas sentem o impacto que a “burocracia” europeia tem. Boris Johnson volta ao debate, lembrando que o Tribunal Europeu de Justiça é o órgão judicial máximo no Reino Unido.

    O Ficar rejeita a ideia de que 60% das leis britânicas sejam feitas em Bruxelas. Ruth Davidson diz que “dois antes de votar, não podemos dizer estas mentiras” e garante que uma fração das leis vêm de Bruxelas.

    O Sair contrapõe dizendo que há muita coisa que a Comissão Europeia “tem na manga, escondido” até depois deste referendo – nomeadamente pretensos planos de um número de identificação fiscal europeu.

    Sadiq Khan intervém lembrando que a cooperação europeia ajudou a localizar e prender um dos terroristas envolvidos nos ataques em Londres.

    Ruth Davidson arranca um dos maiores aplausos da noite dizendo que os principais responsáveis das autoridades policiais britânicas e europeias dizem que o Reino Unido está mais seguro dentro da UE.

    O Sair diz que não é à União Europeia que temos de agradecer o maior período de paz na Europa, desde sempre, mas sim “à NATO e à liderança americana”.

  • Entrevista a David Cameron no Financial Times de amanhã

  • "Take back control"

    Se houver algum grupo de amigos em algum pub em Londres que bebe um golo cada vez que os defensores do Brexit dizem “Take Back Control” (Recuperar o controlo), a noite vai acabar, provavelmente, num hospital do NHS.

  • Financiadora do "Sair" pertenceu ao BNP (extrema-direita)

    A notícia surgiu pela voz de uma das defensoras do Remain (Ficar) no debate. Gladys Bramall deu 600 mil libras à campanha oficial para sair da UE — e é uma pessoa que já pertenceu ao partido de extrema-direita BNP. Frances O’Grady perguntou aos defensores do Leave: “Como é que ela vai recuperar esse investimento?”

  • Imigração entra no debate

    O debate desagua no outro tema-chave deste referendo: a imigração.

    Boris Johnson quer começar a discussão pedindo que se “celebre a imigração e aquilo que ela traz ao nosso país”. Sadiq Khan ri.

    Johnson diz que apenas quer um sistema de pontos como o australiano, para que haja um controlo sobre a imigração que pode entrar no país.

    Sadiq Khan diz que a campanha do Leave acusa muitas vezes os defensores do Ficar de apostarem no medo, mas o mayor de Londres acusa a campanha do Leave de apostar no ódio.

    Frances O’Grady diz que há muitos funcionários do Serviço Nacional de Saúde (NHS) que são médicos e enfermeiros vindos de outros países da Europa. “Sem eles, não teríamos gente para trabalhar e suportar o serviço nacional de saúde”.

    Andrea Leadsom diz que “o livre movimento das pessoas é como colocar uma bandeira a dizer Bem-vindos, terroristas“.

  • Se o Reino Unido não sair, vai andar a pagar “um resgate atrás do outro”, diz Gisela Stuart.

  • Obama entra no debate. A escocesa Ruth Davidson recorda as palavras de Barack Obama (o Presidente americano diz que se o Reino Unido sair, vai para o fundo da fila na negociação de acordos comerciais com os EUA).

    Boris Johnson não admite ser interrompido por Ruth Davidson, que há vários minutos implora para fazer uma pergunta: “Boris, diz-me o nome de um país que tenha dito que nos dará melhores condições comerciais se sairmos”.

  • O debate move-se para o tema dos direitos sociais e laborais. Para os defensores do Ficar, a UE é o garante destes mesmos direitos. Gisela Stuart, pelo Sair, acha “extraordinário que alguém diga que nós não podemos ter um governo que garanta estes direitos, e que é preciso Bruxelas para garantir isso”. Stuart diz que a União Europeia pagou à Ford para tirar uma fábrica do Reino Unido e deslocalizá-la para a Turquia.

    Sadiq Khan diz que Gisela Stuart “tinha obrigação de ter uma melhor noção de como as coisas funcionam”. O Reino Unido só tem tanta capacidade de criar riqueza porque está na União Europeia.

    Boris Johnson discorda. “A UE é uma entidade de destruição de emprego – consegue-se ver isso no Sul da Europa”.

  • Boris Johnson vs Ruth Davidson

    Sadiq Khan é um dos favoritos da plateia, mas está encontrado o principal duelo no debate: Boris Johnson contra a escocesa Ruth Davidson.

    O moderador já teve de pôr ordem no debate, que começava a fugir de controlo, com alguns intervenientes a falarem ao mesmo tempo.

    O mayor de Londres pergunta a Boris Johnson “qual é o seu plano?”. “Um slogan não é um plano”, diz Sadiq Khan. Boris Johnson responde que a campanha do Ficar só pensa em criar medo nas pessoas.

  • O debate segue a bom ritmo, mas todos os participantes trazem discursos bem treinados, com uma grande preocupação com a dicção e a simplicidade do discurso. Espera-se mais espontaneidade mais à frente neste debate, que continua centrado na questão económica.

  • A escocesa Ruth Davidson defende que a UE é boa para as empresas — promove um campo de jogo nivelado.

    Boris Johnson, ao seu estilo, diz à plateia que tem falado com muitos empresários que estão desejosos de sair da UE. Boris Johnson arranca aplausos da plateia.

    O seu sucessor na Câmara de Londres, Sadiq Khan, responde com uma citação de um conselheiro económico de Boris Johnson que terá dito que “sair da UE vai matar a nossa indústria”.

  • Arranca o debate em Wembley Arena. O "Sair" abre o debate

    “Nós conseguimos recuperar o controlo sobre as nossas leis, as nossas regras e as nossas fronteiras”, diz o Leave. “Somos mais prósperos, mais seguros” dentro da União Europeia, diz Sadiq Khan, pelo Ficar.

  • Um curto argumentário de quem defende o leave, segundo o Telegraph.

  • Mais num momento de humor a propósito do Brexit.

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