Os clientes dos bancos angolanos levantaram nas caixas automáticas o equivalente a mais de 16 milhões de euros por dia nos primeiros quatro meses do ano, segundo dados da empresa que gere a rede interbancária multicaixa.

De acordo com informação da Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) compilada hoje pela Lusa, foram feitos mais de 34 milhões de levantamentos entre janeiro e abril, um terço dos 100 milhões realizados nos 12 meses de 2015, mantendo-se por isso em linha, no início deste ano.

Ainda nos quatro primeiros meses deste ano, os clientes levantaram na rede multicaixa angolana – semelhante ao modelo português da rede multibanco – 377.928 milhões de kwanzas (2.012 milhões de euros), o equivalente a 16 milhões de euros por dia.

Em todo ano de 2015, foram levantados nos multicaixas angolanos 987,3 mil milhões de kwanzas (5,2 mil milhões de euros).

A rede multicaixa era constituída em abril último por 2.795 terminais distribuídos por todo o país, a qual processou, em quatro meses de 2016, operações financeiras (levantamentos, transferências e pagamentos) no valor de 559.249 milhões de kwanzas (2.977 milhões de euros).

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Em sentido contrário, o total de cartões multicaixa ativos em Angola desceu mais de quatro por cento até abril, face ao final de 2015, para 2.025.939.

Além das caixas automáticas, esta rede é constituída ainda por Terminais de Pagamento Automático (TPA), que se elevaram a 61.854 até abril, equipamentos utilizados no comércio, restauração e outros estabelecimentos comerciais, mas também por vendedores de rua, no mercado informal.

Só nos quatro meses já contabilizados pela EMIS em 2016, estes TPA realizaram 20.270.081 operações, movimentando 270,3 mil milhões de kwanzas (1,4 mil milhões de euros), sobretudo em compras.

Em 2009, a rede multicaixa angolana contava com 995 caixas automáticas e pouco mais de meio milhão de cartões ativos, enquanto o número de terminais (TPA) matriculados ascendia a 7.587, segundo a EMIS.

Angola vive uma crise financeira, económica e cambial, decorrente da forte quebra da cotação internacional do barril de crude, que motivou uma descida para menos de metade nas receitas fiscais com a exportação de petróleo em 2015, e por consequência na entrada de divisas no país, condicionando toda a atividade económica.