Vários grupos de crime organizado estão a infiltrar-se no futebol europeu, sobretudo devido à falta de legislação, controlo e supervisão na modalidade, defendeu esta terça-feira o diretor executivo do Centro Internacional para a Segurança no Desporto (ICSS).

Em entrevista à agência EFE, o português Emanuel Medeiros afirmou que “existem exemplos de infiltração criminal no desporto, por vulnerabilidade, por falta de resposta legislativa e de supervisão financeira”.

Emanuel Medeiros, que assumiu o cargo de diretor-executivo do ICSS em 2014, deu como exemplo o recente caso do União de Leiria que, segundo a Europol, desempenhava um papel de destaque num esquema criado pela máfia russa para branquear capitais através do futebol.

O presidente da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) da União de Leiria, o russo Alexander Tolstikov, e o seu assessor, o moldavo Sergiu Renita, estão detidos preventivamente por suspeitas de associação criminosa e branqueamento de capitais.

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Emanuel Medeiros considerou que as únicas tentativas de fazer face a este problema têm sido levadas a cabo pelas autoridades policiais e não por quem rege o futebol.

“Terá de ser o movimento desportivo a unir-se, deixando de trabalhar de forma fragmentada, para resolver problemas bastante complexos, que requerem uma intervenção conjunta de governos e reguladores”, afirmou.

O diretor-executivo do ICSS abordou também o tema das apostas ilegais, “especialmente relevante nos países asiáticos”, e defendeu um reforço da cooperação internacional para fazer face ao problema.