Os trabalhadores da empresa Transporte Coletivos e Urbanos de Luanda (TCUL) iniciaram esta terça-feira uma greve parcial, que garante o funcionamento de 20 por cento da frota operacional para a capital angolana.

Em causa estão quatro meses de atraso salarial de quase 2.000 trabalhadores, com vencimentos entre os 35 mil kwanzas (185 euros) e os 70 mil kwanzas (370 euros), disse hoje o secretário-geral adjunto da comissão sindical dos trabalhadores da TCUL, Domingos Epalanga, declarações à agência Lusa.

O sindicalista disse que dos quatro meses de salários em atraso foi regularizado apenas um, mas na prática a empresa volta a estar em falta com quatro meses, já que a efetividade do mês em curso já está fechada.

“Cedemos através das negociações que tivemos ontem [segunda-feira] ao conselho da administração o funcionamento dos meios da TAAG [transportadora aérea angolana] e da ENANA [empresa nacional de exploração e navegação aérea], estão a funcionar hoje”, disse o responsável.

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Domingos Epalanga referiu que até sexta-feira vão estar garantidas as operações para a TAAG e a ENANA, não descartando depois desse prazo a paralisação desses serviços caso não sejam atendidas as reivindicações.

“Há de facto sinais que evidenciam alguma intenção por parte do patronato, mas na prática ainda não se efetivou nada. Para além dos contactos que temos mantido, para além do diálogo, que tem sido ameno, ao contrário de outras vezes, nós não estamos a ver a parte que importa de facto, que é o acerto das contas”, realçou.

Segundo o sindicalista, não está descartada a possibilidade de uma paralisação total caso a situação permaneça estacionária e sem que haja sinais de evolução concretos.

Além da regularização dos salários, os trabalhadores da TCUL exigem uma garantia por escrito do pagamento regular dos seus vencimentos e o pagamento de impostos já descontados, de abril de 2015 a janeiro deste ano, nomeadamente o Imposto do Rendimento de Trabalho (IRT), a segurança social e a quota sindical.

Ainda este ano, os trabalhadores da TCUL realizaram uma paralisação total dos serviços de quase um mês, em reivindicação a nove meses de atraso salarial.