A missão técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI), que se encontra em Moçambique para avaliar o impacto das chamadas dívidas escondidas, declarou esta quarta-feira em Maputo ter alcançado progressos sólidos nas discussões que vêm mantendo com as autoridades moçambicanas.

“Tivemos muito boa troca de pontos de vista com o primeiro-ministro, com o ministro da Economia e Finanças e outros dirigentes, conseguimos progressos sólidos nas discussões sobre a avaliação da economia e em relação às futuras discussões entre o FMI e Moçambique”, afirmou, numa curta declaração aos jornalistas, o chefe da missão, Michael Lazare.

O chefe da missão do FMI falava após um encontro com o primeiro-ministro moçambicano, Agostinho do Rosário, e com o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, no âmbito de uma visita ao país, para a avaliação das implicações das dívidas que o Governo moçambicano contraiu entre 2013 e 2014, fora das contas do Estado.

A missão, que se iniciou a 16 de junho, é a primeira, desde que o FMI cancelou em abril uma deslocação ao país, na sequência da descoberta de 1,4 mil milhões de dólares de empréstimos escondidos.

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Na mesma ocasião, aquele organismo anunciou igualmente o cancelamento da segunda parcela, no valor 155 milhões dólares de um empréstimo que tinha acordado com o Governo moçambicano, no total de 285 milhões de dólares.

A decisão do FMI foi seguida pelo Banco Mundial, EUA e pelo grupo de 14 países e entidades que apoiam diretamente o Orçamento do Estado moçambicano, incluindo a União Europeia.

Falando este mês na Assembleia da República, o ministro das Finanças disse que o volume total da dívida do país atinge 11,6 mil milhões de dólares (10,1 mil milhões de euros), dos quais 9,8 mil milhões de dólares de dívida externa (8,6 mil milhões de euros) e os remanescentes de dívida interna.

Este valor representa mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) e traduz uma escalada de endividamento desde 2012, quando se fixava em 42%.