A vice-presidente do PSD, Maria Luís Alquerque, fala, num artigo de opinião publicado no Jornal de Negócios, nos “rumores” que existem, em Portugal e em Bruxelas, de que o Governo pretende integrar o Novo Banco na Caixa Geral de Depósitos (CGD) e lança algumas questões, sugerindo que esta integração poderá estar na origem da necessidade de recapitalização da CGD, no valor de quatro mil milhões de euros.

Por cá e em Bruxelas comenta-se que o Governo tenciona integrar o Novo Banco na CGD. E há rumores de que uma recusa de Bruxelas poderia fazer cair o Executivo”, refere a ex-ministra das finanças, acrescentando que “normalmente não há fumo sem fogo…”

E a propósito do “fumo”, lança algumas questões:”O Novo Banco não é público, não pertence ao mesmo dono que a CGD. Seria comprado? A que preço? Seria nacionalizado? Com ou sem indemnização? Será que é intenção do Governo fazer recair o custo da resolução do BES sobre os contribuintes, quando a forma como o processo foi conduzido se destinou precisamente a protegê-los?”.

Maria Luís Albuquerque dedica a maior parte do texto a defender a posição do PSD de avançar com uma comissão de inquérito à CGD, explicando que “é precisamente por o PSD não desconhecer o que se passava até ao final de novembro de 2015” que quer “saber porque é pedido aos portugueses um esforço tão significativo”.

Quanto aos receios já expressos de que esta comissão de inquérito possa “fragilizar a CGD”, a deputada social-democrata responde que esse argumento é “estranho”. “Mas o que é que não se sabe já? Que capitais privados fugiriam da CGD (não tem capitais privados)? Que cotação da CGD cairia em bolsa, se não está cotada? Ou seriam os depositantes a retirar os seus depósitos? Para colocar onde, quando a CGD tem sido o principal beneficiário com as preocupações que surgiram no passado relativamente a outros bancos? E, sobretudo, como é que a especulação e a falta de transparência podem contribuir mais para a solidez e reputação de um banco do que o seu escrutínio sério e democrático?”

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