Um dia após o Senado norte-americano rejeitar uma proposta democrata destinada a generalizar as verificações de antecedentes criminais ou psiquiátricos antes da venda de armas de fogo, deputados americanos sentaram-se, esta quarta-feira, no Congresso, em protesto contra os parlamentares republicanos por não terem alterado a legislação do país sobre a matéria. Sentaram-se, entenda-se, no chão da sala.

Segundo descreve o jornal Huffington Post, a manifestação começou quando o congressista John Lewis fez um discurso pedindo a revisão das leis de restrições à venda de armas. Ao fim da sua declaração, disse que precisava de se sentar. Para a surpresa de todos, Lewis sentou-se próximo à tribuna, onde havia feito o discurso. Em seguida, todos os outros deputados democratas seguiram o mesmo movimento e também se sentaram ao redor de Lewis.

Às vezes você tem que fazer algo fora do comum. Às vezes você tem que ir por um caminho sem saída. Estivemos em silêncio por muito tempo. Agora é o momento de ficar no caminho. Não vamos mais ficar em silêncio. O tempo de calar acabou”, disse Lewis aos congressistas, citado pela publicação.

As imagens do protesto já estão a circular nas redes sociais.

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O presidente da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano), Paul Ryan, teve de solicitar duas suspensões de sessão para tentar conter os ânimos dos democratas, que continuaram sentados no chão, em protesto. “A Casa não pode operar sem seguir as regras dos membros da instituição”, justificou Ryan Ashlee, porta-voz de Ryan.

“É uma vergonha que precisemos utilizar medidas extraordinárias como esta”, afirmou a congressista Karen Bass, em entrevista por telefone ao jornal MSNBC, enquanto estava sentada no Congresso.

Segundo explica o Washington Post, o protesto dos democratas poderá ser repetido esta quinta-feira e terá ainda como objetivo pressionar os deputados republicanos a reconsiderarem o seu voto contra leis de restrição ao acesso às armas.