O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, considerou esta sexta-feira que a Barragem de Girabolhos, cujo cancelamento foi anunciado pelo Governo, não se destinava “a barquinhos”, tendo como real objetivo a produção de energia a partir da água.

“Sei que alguns pensaram muito mal de mim, se calhar alguns ainda pensam, por causa de termos travado a construção da Barragem de Girabolhos. Mas a Barragem de Girabolhos não era para barquinhos, era mesmo para produzir energia a partir de água, onde chegava a haver variação do nível médio da água de oito metros numa hora”, alegou.

Em abril, o Governo anunciou o cancelamento da construção das barragens do Alvito, no rio Tejo, que abrange os concelhos de Castelo Branco e Vila Velha de Ródão, e de Girabolhos, no rio Mondego, enquanto a construção da barragem do Fridão, no rio Tâmega, no concelho de Amarante, foi suspensa por três anos.

Durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra de construção da nova Estação de Tratamento de Águas Residuais de Nelas, que decorreu esta tarde, João Matos Fernandes sublinhou ainda que não conhece uma região que se tenha desenvolvido por ter uma barragem.

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“Estou disponível para que me digam uma região que é desenvolvida por ter uma barragem. Digam-me uma, só quero ver uma”, acrescentou.

O representante do Governo admitiu que durante o período em que se constrói uma infraestrutura é indesmentível que há riqueza e emprego, no entanto, rejeitou que se diga que há desenvolvimento.

“Não tenham da Barragem de Girabolhos aquela imagem idílica e romântica que temos da maior parte das barragens que conhecem”, referiu.

Ao longo do seu discurso, o ministro do Ambiente destacou ainda a necessidade de se preparar a gestão das estações de tratamento de águas residuais, alertando que não basta que estas sejam construídas para acabar com os problemas.

Sobre a nova estação (ETAR) de Nelas, o presidente da Câmara, Borges da Silva, disse tratar-se do maior investimento alguma vez feito no concelho.

“Fico feliz por o maior investimento alguma vez feito pela câmara ser na área ambiental. A ETAR vai custar 4,3 milhões de euros”, informou, comparando o sistema projetado a um Rolls Royce.