A Associação dos Lesados do Banif promove esta sexta-feira uma manifestação em Ponta Delgada, Açores, com início na delegação do Banco de Portugal às 12h00 (mais uma hora em Lisboa) e a terminar na antiga sede do banco na região.

À agência Lusa, Carlos Presunça, da delegação dos Açores da Associação dos Lesados do Banif (Alboa), explicou que tinha sido feito um “acordo de cavalheiros” com o Santander, no sentido de nas últimas quatro semanas não haver concentrações, manifestações ou outras iniciativas, período durante o qual o banco que adquiriu o Banif deveria apresentar uma proposta para os lesados.

“Como isto não foi cumprido, tivemos de partir para esta manifestação, para mostrar a nossa indignação”, declarou Carlos Presunça, referindo que os lesados pretendem mostrar que “não estão de braços caídos e querem recuperar o que é deles”.

O responsável adiantou que “existe uma atitude de distanciamento do Santander” que “nunca quis sentar-se à mesa para negociações”.

“Tecnicamente, o banco não é obrigado a compensar os lesados, mas houve esse compromisso por parte do presidente do banco”, acrescentou Carlos Presunça.

A Alboa representa clientes que investiram em obrigações do Banif e da Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação no Banif), assim como em ações do banco.

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Em 20 de dezembro de 2015, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo.

Em fevereiro, o presidente da Comissão Executiva do Santander Totta disse, nos Açores, após uma audiência com o presidente do Governo Regional, que estava a ser estudada a situação dos clientes do ex-Banif subscritores de obrigações subordinadas, que totalizam 3.500 em todo o país com valores de 263 milhões de euros.

Segundo o presidente da Alboa, Jacinto Silva, serão cerca de mil os lesados do ex-Banif nos Açores em obrigações subordinadas, com valores de cem milhões de euros.