A escola ser pública ou privada não influencia, nem determina, os resultados dos alunos, conclui o Projeto aQeduto, no estudo “Público e Privado: há um modelo perfeito?”, que será apresentado publicamente na segunda-feira.

Analisando os dados do PISA, em 2012, estes especialistas chegam à conclusão que os alunos das escolas privadas independentes do Estado, realmente, têm melhores resultados do que os alunos da escola pública, mas sublinham que “apenas alunos de elite têm acesso a estas escolas”.

Já quando se comparam escolas públicas com escolas privadas dependentes do Estado [como são as escolas privadas com contratos de associação] — que, sobretudo em Portugal, servem, ambas, uma “maior heterogeneidade de classes sociais” — “verificamos que os resultados são semelhantes”.

Por isto, escrevem, “a propriedade da escola em nada parece afetar o desempenho da maioria dos alunos portugueses (cerca de 95%) que frequenta escolas públicas ou privadas dependentes do Estado”.

E dão ainda outro exemplo: de países com ensino primordialmente público, como a Polónia e a Finlândia, em que os resultados dos alunos superam claramente a linha de referência e países, como a Holanda e a Irlanda, em que o ensino é sobretudo ministrado em escolas privadas dependentes do Estado e “os resultados são igualmente muito bons”.

Mas não deixam de frisar que “há uma tendência generalizada para que as escolas privadas com financiamento do Estado tenham resultados acima dos da escola pública, apesar de operarem em meios sociais similares”.

O Projeto aQeduto: avaliação, equidade e qualidade em educação é uma parceria entre o Conselho Nacional de Educação e a Fundação Francisco Manuel dos Santos.

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