A deputada do PEV Heloísa Apolónia considerou neste domingo que o instrumento do referendo é “uma coisa demasiado séria para ser entendido como uma forma de chantagem”, sublinhando que neste momento Portugal se deve empenhar em “rejeitar liminarmente” eventuais sanções.

“O instrumento referendo é uma coisa demasiado séria para ser entendido como uma forma de chantagem”, afirmou a deputada do partido ecologista Os Verdes, a propósito da posposta do BE para a realização de um referendo em Portugal sobre a Europa caso a Comissão Europeia avance com sanções por défice excessivo.

Sublinhando que a proposta do BE foi “muito abstrata” porque não foi explicada e a forma como foi colocada levanta muitas dúvidas, Heloísa Apolónia defendeu que o momento é para o país se empenhar “para que nem se quer se pensem em sanções a Portugal”.

“Devemos rejeitar liminarmente sanções a Portugal, nem podemos considerar que isso possa ser posto em cima da mesa”, vincou.

A deputada do PEV, que falava aos jornalistas no final de um encontro com o primeiro-ministro de preparação do Conselho Europeu, que se realiza terça e quarta-feira, lembrou ainda que o seu partido tem defendido a consulta popular sempre que Portugal assina um tratado, mas insistiu que a proposta do BE “não é clara”, nomeadamente porque não é explicitado o objeto do referendo.

Relativamente ao Conselho Europeu e à questão da saída do Reino Unido da União Europeia, a deputada do PEV recusou qualquer “chantagem” para pressionar os britânicos para “saírem amanhã”, defendendo a necessidade de “uma saída cuidada”.

“A União Europeia não pode chutar o Reinou Unido”, salientou, notando que as relações entre os Estados não podem deixar de existir. Além disso, acrescentou, Portugal tem relações económicas muito privilegiadas com o Reino Unido e muitos portugueses também aí residem. “Tudo precisa de ser cuidado, conversado”, reforçou.

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