Benjamin nasceu a 19 de fevereiro de 2009 na clínica Montepríncipe, em Madrid, de parto normal e sem complicações. Veio ao mundo com 3,600 quilogramas, olhos atentos, bochechas generosas. E com uma carga genética talhada a ouro: é filho de Sergio Agüero, atacante argentino do Manchester City, e de Giannina Maradona, a filha mais nova do famoso futebolista Diego Maradona. Como se o ADN não lhe bastasse para merecer a atenção dos olheiros, Benjamin é afilhado de um dos jogadores do momento: Lionel Messi, que anunciou abandonar a seleção argentina depois de perder a final da Copa América.
Talvez seja pequeno demais para entender aos sete anos o que o mundo espera dele. Benjamin leva às costas os 28 anos de carreira futebolística do avô, mais os 19 que o pai já colecionou e os 21 com que o padrinho o abençoou. Aos dois meses começou a entrar em campo nos braços do pai, quando Aguero o levou para a fotografia de equipa que antecedeu a partida entre a Argentina e a Venezuela no Estádio River Plate, num jogo de qualificação para Mundial de 2010 na África do Sul. Nessa altura, vestia já um equipamento azul e branco às riscas, feito à medida de um bebé prodígio, pelo menos nas expectativas dos fãs do futebol.
E não só. Sergio Aguero rodeava-o de bolas de futebol quando os jornalistas filmavam pai e filho em momentos de intimidade em casa. Diego Maradona, que foi avô aos 48 anos, também nunca escondeu o sonho de ver Benjamin a crescer entre quatro linhas, de preferência ao lado de Thiago, filho de Lionel Messi: “Um deles vai ter de jogar ao meio-campo. Acho que o Thiago vai comandar os outros e que Benjamin vai jogar como avançado”, projetava ele numa entrevista em 2012, quando o neto tinha apenas três anos e o filho de Messi tinha acabado de chegar ao mundo em Barcelona.
Não sabemos se os genes que determinam o talento para o futebol são ou não predominantes, mas Aguero já se certificou que treino não faltará ao filho: desde 2014 que Benjamin está inscrito nas escolas do Manchester City e tem jogado como atacante – tal como o pai, o avô e o padrinho. Ora, Messi sai da seleção sem conquistar nenhuma final de uma grande competição pela quarta vez consecutiva, Aguero ainda não tem nenhuma taça da copa sul americana no currículo e as épocas de vitória de Maradona – que ganhou duas Copa América no seu tempo – já lá vão há muito. Será que os tempos áureos do futebol argentino, que não vence há 23 anos (e nove campeonatos), estão nas mãos de um miúdo de sete anos? Só o tempo o dirá. Mas os genes permitem sonhar.