Kirsty Hayes, embaixadora do Reino Unido em Portugal, pede aos britânicos que vivem em Portugal — e aos portugueses que vivem no Reino Unido — que não entrem em pânico e que podem continuar a trabalhar e viver no país com o mesmo nível de acesso a serviços como saúde ou educação que tinham antes do dia 23 de junho. A diplomata afirma que o referendo foi “uma data histórica para o país” e vai levar a mudanças profundas, mas o objetivo é encontrar “um novo caminho com os parceiros europeus”.

Em declarações ao Observador, a embaixadora Kirsty Hayes afirmou que não deve haver pânico na comunidade britânica em Portugal nem na comunidade portuguesa no Reino Unido, já que o Reino Unido continua “como membro da União Europeia, com todos os direitos e responsabilidades“. O processo de saída só será desencadeado quando o Reino Unido invocar o artigo 50.º e essa decisão fica para o sucessor de David Cameron, num processo que pode demorar até dois anos, como explicou a embaixadora. Os receios dos britânicos levaram mesmo Hayes a gravar uma mensagem na sua conta de Twitter:

Quanto aos efeitos deste referendo, a embaixadora não tem dúvidas. “Foi um dia histórico para o país e vamos ver mudanças profundas, mas no curto prazo vamos assistir a um período de continuação e vamos encontrar um novo caminho com os parceiros europeus“, assegurou a diplomata, garantindo que, apesar das consequências do referendo para a economia britânica, há sinais animadores esta terça-feira e que a economia do país está “open for business“, garantindo assim que a economia do Reino Unido continua forte.

Sobre as opções do sucessor de David Cameron — que deverá ser conhecido a 2 de setembro e será alguém do Partido Conservador –, Kirsty Hayes afirma apenas que “o povo britânico deixou clara a sua vontade e que o Governo vai respeitar isso”.

Desde a realização do referendo têm sido reportados vários ataques racistas no Reino Unido, incluindo a portugueses. A embaixadora diz que estes ataques a deixaram “horrorizada” e que são “completamente inaceitáveis”. “Quando oiço estas histórias penso que isto não é o que significa a Grã-Bretanha. Vamos ter uma abordagem de tolerância zero com estes crimes de ódio“, afirmou a diplomata. Hayes alerta ainda que estes crimes não representam “a esmagadora maioria dos britânicos” e que é “injusto” concluir que as únicas motivações para votar na saída foram racistas ou xenófobas.

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