Artistas conhecidos do mundo da música escreveram uma carta ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a queixarem-se do YouTube (da Google) e de como o serviço priva, de “forma indevida”, os artistas e dos compositores dos rendimentos do seu trabalho. Entre os artistas estão os ABBA, os Coldplay e a norte-americana Taylor Swift.

A carta foi assinada por mais de mil artistas do mundo da música, que protestam contra a diferença existente entre o aumento do consumo de música e a recompensação monetária recebida pelos autores dessas mesmas músicas, como informa o Financial Times.

Em parte da carta enviada para Juncker, pode ler-se “a diferença do que recebemos é uma afronta aos direitos de quem cria, investe e é dono de música. Essa diferença distorce o mercado”.

Os artistas afirmam que leis com mais de 20 anos que protegem os serviços de vídeo online não deviam continuar a ser aplicadas para empresas como o YouTube, mas apenas para startups. As leis referidas pelos artistas afirmam que uma empresa de vídeo não pode ser processada por hospedar conteúdo não-autorizado.

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O YouTube afirma que pagou 3 mil milhões de dólares a artistas e editoras em 2015, valores acumulados através da publicidade e que está a trabalhar para “dar mais dinheiro aos artistas”.

O YouTube tem um sistema de procura que identifica uploads (disponibilizar um ficheiro na Internet) de produtos de artistas e editoras difundidas pelo site. Depois de identificados os ficheiros, o YouTube pergunta às editoras e artistas se pretendem receber receitas a partir de publicidade nesses vídeos. Segundo um porta-voz da plataforma, essa opção é recusada “95% das vezes” pelos músicos e editores.

No último ano, as receitas relacionadas com música subiram 3,2%, para os 15 mil milhões de dólares. Esta é a primeira vez que se regista uma subida na indústria discográfica nos últimos 20 anos. 2015 foi também o primeiro ano em que as receitas conseguidas em vendas digitais foram superiores às conseguidas pelas vendas em formato físico, informa a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). Segundo a Federação, estes valores justificam-se devido a serviços de streaming como o Spotify e a Apple Music.

No entanto, o IFPI argumenta que o crescimento nas receitas não tem sido acompanhado pelo aumento do dinheiro recebido pelos autores.