O Presidente da República atribuiu, a título póstumo, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique a Salgueiro Maia, num gesto de “reconhecimento da pátria portuguesa”, dizendo que nunca é tarde para a “reparação histórica”.

A viúva do capitão de Abril, Natércia Salgueiro Maia, que recebeu das mãos de Marcelo Rebelo de Sousa esta condecoração, disse estar “reconfortada pela decisão do senhor Presidente” e agradeceu-lhe, emocionada.

O filho de Salgueiro Maia, Filipe, e a neta, Daniela, também estiveram presentes nesta cerimónia, que decorreu na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, em Lisboa.

Numa curta intervenção, de cerca de cinco minutos, o chefe de Estado defendeu que “Portugal não é avaro em gratidão”, embora isso possa acontecer tardiamente.

“Pode demorar tempo. Pode haver quem, por distração, por considerar que é mais importante o que não é, não preste a homenagem devida no tempo devido. Mas há sempre a hipótese de reparar. Essa reparação histórica, esse reconhecimento histórico está feito”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

Natércia Salgueiro Maia considerou “muitíssimo justas” as palavras do Presidente da República e recordou que passou com o marido “momentos de alguma mágoa e tristeza pela forma como era tratado”.

“Algumas vezes ouvi-o desabafar: tratam-me como se eu fosse um traidor à pátria, então, que me julguem. Infelizmente, o meu marido já não está entre nós. Por ele, sinto-me reconfortada pela decisão do senhor Presidente em lhe atribuir esta condecoração. Muito obrigada”, acrescentou.

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