O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que não cairá no “frenesim militarista” fomentado pela NATO mas terá as respostas adequadas para garantir a segurança nacional num mundo “cada vez mais imprevisível”.
“A Aliança [atlântica] não procura apenas, no comportamento da Rússia, confirmar a sua legitimidade e a conveniência da sua existência, mas também dá passos concretos de confrontação contra nós”, disse o chefe do Kremlin numa reunião com o corpo diplomático do país, com o início da cerimónia transmitido em direto pela televisão russa.
O líder do Kremlin assegurou que a Rússia sabe como reagir adequadamente mas acrescentou “não termos a intenção de cair no frenesim militarista”.
Putin considerou que querem envolver a Rússia numa “inútil e onerosa corrida armamentista”.
“Isso não acontecerá, mas também não seremos fracos. Poderemos sempre defender e garantir a segurança da Federação da Rússia e dos seus cidadãos”, enfatizou.
O Presidente russo referiu-se em particular ao recente e substancial aumento de manobras militares da NATO junto às fronteiras com a Rússia.
“Acusam-nos permanentemente de realizarmos exercícios militares. Onde? No nosso território. Já o que se passa junto às nossas fronteiras é considerado normal”, disse.
Putin assinalou ainda que no leste da Europa, e apesar do fim da “imaginária ameaça nuclear iraniana”, os Estados Unidos continuam a instalar o seu escudo antimísseis, que segundo Moscovo desafia a segurança nacional da Rússia.
“Assistimos às constantes tentativas de uma série de parceiros de conservar o monopólio sobre a dominação geopolítica”, considerou o Presidente russo.
“Em vez de diminuírem, os riscos para a segurança económica e humanitária estão a multiplicar-se a atingir novas regiões do mundo”, acrescentou.
“A situação no mundo está longe da estabilidade e é cada vez mais imprevisível”, sintetizou o líder russo, que sublinhou as importantes alterações que se produziram em todas as esferas das relações internacionais.
Nesse sentido, Putin indicou que se agudiza a disputa pela influência e os recursos, e que nesta rivalidade “há quem tente ultrapassar todas as regras e todo o convencionalismo”.