Está quase! Esta noite já aterramos em Bogotá, depois de 15 horas no ar (vamos a Frankfurt ganhar balanço, poupança oblige). A Lufthansa dá-nos o brinde de transmitir em direto, nem sei como, o jogo de Portugal, por isso não vai faltar emoção a bordo.

Os últimos dias têm sido um turbilhão de afazeres e emoções, entre o apagar de luzes nos trabalhos (no caso da Maria, em definitivo) e as despedidas dos mais próximos. Concentrado no portátil, nem queria acreditar quando vi que a Maria já tinha tudo dentro da bagagem a meio da tarde — aqui o desorganizado nunca consegue evitar a direta pré-viagem. Vendo bem, a dupla de responsáveis (ou irresponsáveis, conforme os comentários que lermos) desta equipa repartiu bem as tarefas e chegou ao último dia exausta, mas com a lista toda ticada, como se diz no último país do nosso itinerário.

Mapa-America-do-Sul

De Bogotá a São Paulo, a viagem vai durar cinco meses. Vale a pena mostrar o mapa outra vez. Ilustração: Andreia Reisinho Costa/Observador

Expectativas e ansiedades

A mais ansiosa dos quatro é a Luisinha. Para o bem e para o mal. Do alto dos seus quatro-quase-cinco anos, está contente porque nos vai ter o tempo todo só para ela (eles) e já decorou os nomes das suas novas amigas sul-americanas, mas percebe que é muito tempo, que vai ter saudades do seu espaço e que vai perder alguns episódios no “social” das amigas, como a ida à praia do infantário. Várias vezes nos perguntou, nestes últimos dias, se não podíamos antes ficar cá. Mas pouco depois voltava a perguntar-nos, com um sorriso, quantos dias faltavam.

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Para o Manel está tudo bem. Há dias, à pergunta do repórter da Renascença que nos veio visitar, respondeu apenas: “vou fazer um passeio com o Pai e com a Mãe”. E, no fundo, é só isso que importa.

Entre nós dois, o corre-corre destes dias não deu para alimentar grandes receios (se pensássemos muito, não teríamos ido, temos repetido), e até as despedidas com a família foram suaves. A Maria está mais preocupada em que consigamos fintar os mosquitos e outros perigos para a saúde, até já tem o mapa das zonas de risco do zika. Eu, que sou o único dos quatro a saber por onde vamos andar, repito todos os dias em mantra que vou ser capaz de me adaptar às alterações de planos que hão de espreitar nalgum lado, tentando calar o diabinho nerd que me sussurra ao outro ouvido que o Excel é para cumprir.

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Dia de fazer malas

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O que levamos na mala

Foi dos primeiros avisos que me chegaram depois de comprarmos os bilhetes: “Não julgues que vais levar uns sapatos para sair à noite…” Não que fôssemos sair muito à noite de qualquer maneira, mas a Maria conhece-me bem e sabe que eu mais depressa me esquecia da bolsa dos remédios do que do frasco de perfume. Só que desta vez tudo tinha de ir condensado em duas mochilas (aliás, uma mochila e um saco), porque somos só dois adultos a carregar.

Lá juntámos as coisas de cada um, tudo alinhadinho à vez, para documentar em foto “o que levar para uma viagem de 5 meses”. Na altura de distribuir as coisas pela bagagem, uma boa notícia: coube tudo. Mas não me livrei de uma vergonha: as roupas da Maria e das crianças couberam todas no saco, as minhas praticamente encheram a mochila. Deve ser só por eu usar uns tamanhos maiores.

Veja na fotogaleria o que cada um de nós vai levar:

7 fotos

Estamos prontos para arrancar! A aventura vai começar.

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