Um relatório da UNICEF divulgado esta quinta-feira revela que uma em cada cinco crianças no Iraque corre sério perigo de morte, ferimentos, violência sexual, rapto ou recrutamento por grupos armados.

O relatório, intitulado “A Heavy Price for Children” (“Um preço elevado para as crianças”), indica que 3,6 milhões de crianças não estão em segurança e correm riscos de integridade física e psicológica no Iraque, um número que aumentou em 1,3 milhões em 18 meses.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) indica que desde o início de 2014, cerca de 10% das crianças iraquianas se viram obrigadas a abandonar as suas casas, com as condições de vida das famílias a degradarem-se depois das operações militares em Fallujah, no interior do país, e nas imediações de Mossul, no norte.

Atualmente, quase cinco milhões, um terço das crianças iraquianas, necessitam de assistência humanitária.

O documento indica que cerca de 1.500 crianças foram raptadas desde metade de 2013, o que constitui uma média de 50 raptos por mês, “sendo muitas delas forçadas a combater ou sujeitas a abusos sexuais”.

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Desde 2014, a ONU encontrou 124 crianças a combaterem nas várias frentes de combate.

O relatório constata ainda que 975 mil crianças do sexo feminino são obrigadas a casar antes dos 15 anos de idade, o que representa o dobro das estatísticas de 1990.

A UNICEF precisa de angariar 90 mil euros para poder garantir ajuda humanitária no Iraque até final do ano.

“A ajuda inclui apoio psicológico a mais de 100.000 crianças no último ano e meio; fornecimento de água potável a mais de 750.000 pessoas desde o início do ano e até à data; vacinação de 5,6 milhões de crianças contra a poliomielite; e apoio no acesso à educação para mais de 710.484”, comunicou aquela agência das Nações Unidas.

O conflito iraquiano tem-se estendido por 40 anos com várias fações armadas.

Segundo dados da UNICEF, desde o começo da guerra na Síria, em 2011, o Iraque já recebeu cerca de 245 mil refugiados, dos quais mais de 61 mil são crianças.