A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, disse nesta sexta-feira que os 350 milhões que representam a descida da taxa do IVA na restauração seriam mais bem aplicados em medidas de apoio e estímulo à natalidade e às famílias.

A antiga ministra do governo de coligação PSD/CDS-PP reagia, em Coimbra, à margem de uma visita à Maternidade Bissaya Barreto, ao chumbo, na Assembleia da República, pela maioria de esquerda, do pacote de incentivos à natalidade proposto pelo partido.

“Perdem-se um conjunto relevantes de medidas relacionadas com o Código do Trabalho, nomeadamente com o alargamento das licenças pré-natal, licença suplementar para famílias com mais de duas crianças, o alargamento da licença do pai e aos avós”, lamentou Assunção Cristas.

A dirigente centrista considerou que “só com medidas consistentes se pode ajudar as famílias a concretizar o seu projeto de vida, porque em Portugal, felizmente, as pessoas querem ter mais filhos, mas sentem vários constrangimentos para os poder vira a ter”.

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Assunção Cristas acusou ainda o Governo de estar a aumentar a dívida pública, o que, no caso da saúde, “temos exemplos na execução orçamental que nos deixam muito preocupados”.

“Temos, por exemplo, o aumento das dívidas a fornecedores para cima de 600 milhões de euros e vemos em muitos outros casos as Administrações Regionais de Saúde a não pagarem aquilo que são os serviços prestados por uma rede de outros prestadores”, especificou. Segundo a presidente do CDS-PP, “sente-se que há um empurrar com a barriga por parte do Governo socialista, que aumenta dívidas e alarga pagamentos aos fornecedores”

“Na prática, isto é uma fórmula socialista que conhecemos bem demais do passado e que, infelizmente, se está de novo a enraizar”, sustentou. Para a líder centrista, “esconder dívida, pô-la debaixo do tapete e adiar pagamentos para mostrar contas bonitas, mas que na verdade estão escondidas não é certamente uma opção válida, como não é uma opção válida fazer escolhas que não vão ao encontro dos problemas estruturais do país”.

“A natalidade é um desses problemas, começamos a ver indícios de estar a melhorar e o que eu gostaria é que o Governo se empenhasse em políticas públicas que ajudassem as famílias e nos permitissem ir restabelecendo os nossos índices demográficos”, referiu.

Assunção Cristas mostrou-se ainda “muito preocupada” com o aumento do endividamento público nos últimos três meses em seis mil milhões de euros e com as taxas de juros, “que hoje estão baixos, mas incertos, e que podem subir de hoje para amanhã”. “Nessa altura a fatura vai ser muito pesada de pagar”, sublinhou.